ATA DA QUADRAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
11-6-2007.
Aos onze dias do mês de junho do ano de dois mil e
sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e dez minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel e Márcio Bins Ely e pelas Vereadoras Margarete Moraes,
Maria Celeste e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Claudio
Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Marcelo
Danéris, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton
Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. À
MESA, foram encaminhados: pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência
nos 1496 a 1579/07; pela Vereadora Maristela Meneghetti, a Indicação
nº 055/07 (Processo nº 3655/07); pelo Vereador Professor Garcia, a Indicação nº
056/07 (Processo nº 3666/07) e o Pedido de Providência nº 1577/07. Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 5389, 5397, 12936 e 12814/07, do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; Memorando nº 151/07, da
Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre. A
seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, às
Senhoras Eridan Moreira Magalhães e Jacqueline Gatti Elbern, representando,
respectivamente, a Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul e o
Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador de Porto Alegre, que
discorreram acerca de problemas constatados por entidades ligadas à defesa dos
direitos da criança e do adolescente em relação às condições de menores de
idade em Porto Alegre. Em relação ao assunto, chamaram a atenção para os
prejuízos que o trabalho causa na vida de uma criança, como a falta de acesso à
educação e a exposição aos riscos de acidentes inerentes a atividades laborais.
Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio
Sebenelo, João Carlos Nedel, Neuza Canabarro, Dr. Raul, Adeli Sell, Maristela
Maffei e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Ainda, a Senhora Presidenta registrou as presenças, neste
Plenário, de coordenadoras do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente. Às quatorze horas e
trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência
de quórum. Em continuidade, por solicitação do Vereador Carlos Comassetto, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Valéria de
Oliveira de Almeida, falecida no dia sete de junho do corrente. Após, foi iniciado
o GRANDE EXPEDIENTE, tendo a Senhora Presidenta informado que, durante esse
período, seria realizada homenagem ao Senhor Norton Fantinel, primeiro colocado
na seletiva brasileira para o “Youth America Grand Prix Ballet Competition
2007”. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson congratulou o Senhor
Norton Fantinel pela classificação em primeiro lugar da seletiva brasileira
para a fase final do “Youth America Grand Prix Ballet Competition 2007”. Nesse
sentido, ressaltou a importância do apoio familiar na trajetória do Homenageado
e sublinhou a relevância de que pessoas talentosas em suas áreas de atuação
sejam devidamente reconhecidas e apoiadas no Brasil. Na ocasião, a Senhora
Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, do Senhor Camilo de Lélis,
da Coordenação de Descentralização da Cultura da Secretaria Municipal da
Cultura, e da Senhora Laura Fróes, representando a Secretaria de Estado da
Cultura do Rio Grande do Sul. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao
Senhor Norton Fantinel, que agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro minutos,
constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos
Comassetto, referindo-se a questões levantadas por Sua Excelência no começo da
atual Legislatura, em relação aos serviços de saúde pública em Porto Alegre,
criticou a gestão realizada pelo Governo Municipal nessa área. Sobre o tema,
cobrou medidas que proporcionem a recuperação da qualidade dos serviços
oferecidos à população no Hospital de Pronto Socorro e no Pronto Atendimento
Cruzeiro do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni apontou
deficiências no trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde, considerando
caótico o atendimento médico oferecido à população. Nesse sentido, solicitou
maior agilidade na solução de problemas no Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul e
no Hospital de Pronto Socorro, bem como na definição de políticas nesse setor,
asseverando que o fato de a Operação Inverno ainda não ter sido iniciada é prejudicial
à Cidade. O Vereador Dr. Raul elogiou os esforços da Secretaria Municipal da
Saúde no sentido de solucionar os problemas existentes em Porto Alegre nessa
área, frisando seu apoio à idéia de municipalização da Unidade Básica de Saúde
São José. Também, registrou sua presença, hoje, na Ilha dos Marinheiros, na
solenidade de assinatura da Lei Complementar Municipal nº 570/07, que estabelece
condições para a instalação de redes de abastecimento de água e remoção de
esgoto cloacal em áreas não-regularizadas. O Vereador João Carlos Nedel anunciou a realização do Fórum da Igreja Católica, do dia vinte ao dia vinte e
três de setembro do corrente, convidando a população de Porto Alegre a participar desse evento. Além
disso, abordou problemas relativos à
saúde pública no País, no Estado e no Município. Finalizando, ponderou que a greve dos municipários prejudicou o
atendimento dos serviços considerados essenciais à Cidade. Na ocasião, foi
apregoada a Emenda nº 06, de autoria do Vereador João Antonio
Dib, Líder da Bancada do PP, ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 012/06 (Processo nº 3168/06). Também, foram
apregoados os seguintes Requerimentos, em relação ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 012/06: de autoria dos Vereadores Nereu D'Avila,
Ervino Besson e Márcio Bins Ely, solicitando a retirada de tramitação da Emenda
nº 01, e do Vereador João Antonio Dib, solicitando a retirada de tramitação da
Emenda nº 01 ao Substitutivo n° 05. Ainda, foram apregoadas a Subemenda no 02,
de autoria do Vereador Nereu D'Avila, Líder da Bancada do PDT, à Emenda nº 04,
e a Subemenda nº 01, de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT,
à Emenda nº 05, apostas ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 002/06 (Processo
nº 0982/06). Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Margarete Moraes discutiu a greve dos municipários, apontando deficiências na participação
do Executivo Municipal para a resolução desse conflito e exaltando a intermediação da Câmara
Municipal de Porto Alegre nessa situação. Igualmente, asseverou
que o atual Governo de Porto Alegre não realiza os devidos investimentos em
recursos humanos e serviços públicos e afirmou
que é possível conceder aumento aos funcionários municipais obedecendo à Lei de
Responsabilidade Fiscal. O Vereador Mario Fraga enalteceu o Executivo Municipal, assegurando que a Prefeitura utiliza o superávit para o pagamento
de dívidas contraídas durante a administração anterior. Da mesma forma, mencionou reivindicações de Sua Excelência,
atendidas pela Empresa Pública de Transporte Coletivo, aludiu a melhorias nas redes de água e esgotos de Porto Alegre e convidou os Senhores Vereadores para a
reunião do Programa de Orçamento Participativo da Região Extremo Sul, a ser
realizada hoje. Finalizando, enfatizou
a importância do combate ao trabalho infantil. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a
Vereadora Maria Luiza debateu a Contribuição
Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e
Direitos de Natureza Financeira – CPMF –, frisando que
esse tributo foi criado para melhorar o atendimento em saúde pública. Sobre o tema, alegou que o déficit na área da saúde é decorrente de dificuldades
existentes no Regime Geral de Previdência Social e defendeu a adoção de políticas que estimulem o ingresso dos
trabalhadores autônomos nesse sistema. Em PAUTA, Discussão Preliminar estiveram: em 1a
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo no 058/07, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Claudio Sebenelo; em 2a
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 071, 079/07, 081/07,
086/07, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/07, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa; em 3a Sessão, os
Projetos de Resolução nos 041/07, 049 e 046/07, este discutido pela
Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Projetos de Lei
do Legislativo nos e 069 e 063/07, este discutido pelo Vereador
Guilherme Barbosa, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 009/07; em 4a
Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02. Na ocasião, o Vereador
João Carlos Nedel, na Presidência dos trabalhos, manifestou-se acerca do teor
do pronunciamento do Vereador Adeli Sell em Discussão Preliminar de Pauta e formulou
Requerimento verbal, solicitando a retirada de termos constantes nesse
pronunciamento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins Ely frisou a
importância do debate a respeito do financiamento público das campanhas
políticas, a lista fechada e a federação partidária. Nesse contexto, alegou que
as regras para as eleições internas dos Partidos não preservam
satisfatoriamente o sistema democrático e avaliou que essa proposta prejudica
os candidatos menos experientes. Finalizando, questionou a validade da unificação
dos anos das eleições nos âmbitos municipal, estadual e federal. O Vereador
Adeli Sell teceu críticas ao
Governo Municipal, afirmando que
não se observa o diálogo necessário entre os Vereadores e a população, com
prejuízos ao encaminhamento de denúncias e reivindicações pelos
porto-alegrenses. Ainda, defendeu
o trabalho dos Parlamentares do PT nesta Casa, asseverando que a Bancada de Sua Excelência segue uma linha de
atuação embasada na fiscalização e participação, reconhecendo as dificuldades inerentes à gestão de uma Cidade do
porte de Porto Alegre. O Vereador Bernardino Vendruscolo abordou o Projeto de Lei do Legislativo
nº 058/07, que institui, no Município, o Acampamento Farroupilha, com exigência
da apresentação de projeto cultural pelas entidades participantes. Nesse sentido, comentou o momento
histórico da Revolução Farroupilha, em especial a assinatura do Tratado de
Poncho Verde, lembrando que
Porto Alegre foi administrada por partidários das tropas imperiais durante
quase a totalidade do período desse conflito. A Vereadora Maristela Maffei contestou declarações divulgadas pelo
Vereador Adeli Sell, contrárias à candidatura do Deputado Estadual Raul Carrion
ao cargo de Vice-Prefeito da Cidade. Também,
leu trecho de nota referente ao assunto, elaborada pelo Senhor Beto
Rivera, Presidente do PCdoB em Porto Alegre, destacando ser direito dos Partidos a promoção de análises e
debates quanto às coligações a serem instauradas com vistas às eleições municipais
do ano de dois mil e oito. O Vereador Professor Garcia desculpou-se com a Vereadora Maria Celeste, por críticas a ela efetuadas na
Quadragésima Quinta Sessão Ordinária, em face de informações equivocadas
recebidas, dando conta de que essa Vereadora, como Presidenta desta Câmara,
estaria participando ativamente do movimento grevista dos municipários de Porto
Alegre. Além disso, discorreu sobre
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 016/07, que institui, no
Município, o Disque Roubos de Fios e Cabos. O Vereador Claudio Sebenelo reportou-se aos pronunciamentos hoje
formulados nesta Casa pelas Senhoras Eridan Magalhães e Jacqueline Gatti Elbern, em
Tribuna Popular, acerca do transcurso, amanhã, do Dia Mundial de Combate ao
Trabalho Infantil. Da mesma forma,
debateu políticas vigentes no Município, em termos de assistência ao
menor, declarando-se contrário à
utilização de processo eleitoral como método de escolha dos Conselheiros
Tutelares que atuam em Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib elogiou a atuação do Senhor Pedro Gus,
Secretário Municipal da Saúde, frisando
que o trabalho desse médico é marcado pela seriedade, dignidade e competência
profissional. Ainda analisou
dificuldades financeiras observadas no sistema público de saúde, citando a interdição do Pronto Atendimento Cruzeiro
do Sul e enfatizando que carências estruturais e de recursos nesse setor
são oriundas de administrações anteriores à gestão do Prefeito José Fogaça em
Porto Alegre. Às
dezessete horas e seis minutos, constatada a inexistência de quórum para
ingresso na Ordem do Dia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir.
Os trabalhos foram presididos pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador João
Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu
Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora
Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à
A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto
relativo ao Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do
Trabalhador Adolescente. O tempo regimental de 10 minutos será dividido entre a
Srª Eridan Moreira Magalhães, representante da Delegacia Regional do Trabalho,
e a Srª Jacqueline Gatti Elbern, representante do Centro Regional de Referência
em Saúde do Trabalhador.
A
Srª Eridan Moreira Magalhães está com a palavra.
A
SRA. ERIDAN MOREIRA MAGALHÃES: Boa-tarde
a todos e a todas, senhoras e senhores; Verª Maria Celeste, mui Presidenta
desta Câmara Municipal de Porto Alegre; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras,
ilustríssimos e ilustríssimas representantes da coordenação do Fórum Estadual
de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalhador Adolescente,
representantes de outras entidades. Eu sou da Delegacia Regional do Trabalho,
sou socióloga, participo do Núcleo de Apoio aos Projetos Especiais e tenho especialização
em Violência contra Crianças e Adolescentes, pelo Laboratório do Lacre da USP
de São Paulo. Nessa condição, eu pediria que vocês me dessem um minuto de
atenção.
Apesar
de vivermos no século XXI, em alguns aspectos não há diferença em relação ao
século XIX. Ao lado da Câmara Municipal de Vereadores, aqui na Vila Chocolatão,
nós recebemos denúncias, há pouco tempo, de crianças trabalhando na reciclagem,
dentro das suas casas, e nós estivemos lá para verificar. Pasmem, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eram
verdadeiras condições de inumanidade! Algumas dessas crianças acordavam às
2h30min da manhã, sendo comidas pelos ratos. Às vezes a gente faz discurso para
melhorar a vida de todos, diminuir a pobreza, diminuir a violência, mas, ao
nosso lado, ao lado do Poder Legislativo, da Câmara Municipal de Porto Alegre,
de uma Cidade que, quando eu cheguei aqui, em 1979, não havia crianças na rua
pedindo... Eu fiquei impressionada, porque eu era do Nordeste, e a pobreza lá
era massacrante! E aqui não existiam crianças nas ruas pedindo.
Mas
hoje, em quase todas as esquinas da Cidade, há crianças vendendo balas,
vendendo rosas, vendendo lixas de unhas, distribuindo panfletos, e isso,
pessoal, é trabalho infantil, que retira a criança do seu espaço legítimo, que
é o espaço da escola, que é o espaço da família e da comunidade protegida! Eu
conheço bem a situação das vilas de Porto Alegre, porque eu fui da União de
Associações de Moradores de Porto Alegre. Fui da primeira Diretoria da UAMPA,
conheço bem as vilas de Porto Alegre. E quero lhes dizer: nessa Vila aqui ao
lado, a maioria das crianças estava sem escola. Em relação à saúde dessas
crianças, todas estão com problemas de pele, porque separavam o lixo dentro de
casa, na mesma peça da sala ou do quarto, e muitas vezes pegavam a comida ao
mesmo tempo em que separavam o lixo. É uma atividade, senhoras e senhores, que
não é para crianças!
No
século XIX, na época da acumulação de capitais, isso ocorria. A Infância morria
de fome muitas vezes, quando não era objeto da caridade das paróquias locais. Mas hoje, no
século XXI, alguma coisa não anda bem. Se não nos sensibilizamos com a vida
dessas crianças, com o seu dia-a-dia, com a ausência de proteção, com a
violência que as leva para o trabalho infantil, precoce, antes de completar a
idade mínima para o trabalho, que é aos 14 anos, nós estamos sendo coniventes
com a exploração e a violência, com o prejuízo que sofrem essas crianças no
trabalho infantil.
Eu quero chamar vocês aqui (Mostra cartaz.), vocês
receberam isto: “Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil”. Esse dia é para
lembrar que lugar de criança é na escola, na família e na comunidade,
protegida; que criança quer ser criança - muitos adultos ainda têm guardado a
sua criança interior. Vamos recuperar a infância dando às crianças do Rio
Grande do Sul um Estado com grande qualidade de vida, o direito de serem
felizes, de serem crianças. Que seja respeitado o Estatuto da Criança e do
Adolescente, a Lei 8.069/90; vamos colocá-las em programas sociais, como o PET
e o Bolsa-Família, que são programas para retirar crianças do trabalho, vamos
colocá-las na escola e no 2° turno. Muito obrigada e boa-tarde! (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Gostaria
de registrar a presença da Rosa Gonçalves; da Maria Verônica, querida
companheira; da Kátia, da Cristiane Paim, as coordenadoras desse Fórum de
Combate e Erradicação do Trabalho Infantil.
A Srª Jacqueline Gatti Elbern está com a palavra.
A SRA. JACQUELINE GATTI ELBERN: Boa-tarde,
senhoras e senhores! Srª Presidente, eu gostaria de agradecer a oportunidade e
dizer que é uma responsabilidade muito grande estar aqui representando os
nossos colegas membros do Fórum. Eu, como pediatra e Médica do Trabalho - sou
da Secretaria Municipal da Saúde -, não poderia deixar de falar aqui em nome do
Fórum. A gente não pode deixar de falar a respeito das nossas crianças e dos
nossos adolescentes que trabalham em condições, em termos de saúde e segurança,
extremamente inadequadas. A gente não pode recuperar o ciclo da vida, decisivo
na infância, sem falar no direito à cidadania, no direito à educação plena, desde a fecundação, assegurados os
direitos nutricionais, afetivos, ambientais, lúdicos, direitos indispensáveis
ao crescimento e ao desenvolvimento.
E
as nossas crianças estão privadas disso. Por quê? Porque as crianças e os
adolescentes estão em fase de crescimento e desenvolvimento. Eles não têm
condições físicas nem mentais para suportar a sobrecarga física e psicológica
de um trabalho pensado para um adulto.
O que isso acarreta? Sobrecarga física, psicológica, com baixo
rendimento escolar, com dificuldade de aprendizagem. Com isso, gera-se baixa
auto-estima. Essa criança vai, ao longo do tempo, tendo a questão da desvalia,
a sua aprendizagem fica cada vez pior; essa pouca resistência física predispõe
à fadiga; a criança vai desenvolver problemas na coluna de ordem osteomuscular
que vão acarretar danos na vida futura, inclusive comprometendo o indivíduo,
quando adulto, para inserção no mercado de trabalho. E a gente tem que pensar
também que tipo de adulto será essa criança, até em termos de seguridade
social, pensar o que nós queremos para as nossas crianças. Causa também retardo
de desenvolvimento pôndero-estatural, e o que é mais importante, no caso das
nossas crianças aqui do Rio Grande do Sul, é a questão dos agrotóxicos, que têm
uma carga muito importante na questão do sistema nervoso central e que vão
ocasionar danos irreversíveis. Não há como voltar atrás. Esses danos ao sistema
nervoso são de forma aguda, são de forma crônica, e infelizmente a gente terá
adultos sem condições de inserção no mercado de trabalho.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Drª
Jacqueline, eu queria dizer que Porto Alegre é uma cidade sui generis:
quando os nossos meninos estavam nas ruas, ela recebia o Prêmio Abrinq; quando
as nossas creches, por superlotação, rejeitavam o dobro da sua própria lotação
por favela, nós, conseqüentemente, estávamos fabricando, em condições
logarítmicas, os nossos futuros habitantes das prisões. Nós decretamos, dessa
forma, a falência do Estado, porque esqueceu do último reduto, o último
baluarte, que é a criança, que sofre da violência intrafamiliar, que tem
silicose pulmonar por trabalho nas pedreiras; são crianças que têm um panorama
tétrico. Duzentos e cinqüenta mil pessoas, na Grande Porto Alegre, estão
desempregadas. O subdesenvolvimento, o desemprego, a regressão falam muito da
falência do Estado.
Nós
nos envergonhamos de ser de uma Cidade que, de há muito tempo, vem tratando
muito mal as suas crianças, quando o pecado mortal menos grave ainda é o do
trabalho, mas é um pecado mortal contra as crianças, porque há outras violências
que elas sofrem, e não há violência maior do que as crianças serem rejeitadas
pelo ensino pré-escolar. E aí então nós vamos ver a causa de encontrar
crianças aqui ao lado - nós sabemos disso -, situação que, dessa forma, nos dá
apenas uma imagem, uma fotografia, e esta fotografia é inesquecível: eles,
trabalhando no lixo, se transformam num lixo humano.
Muito obrigado pela presença de vocês.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da
Bancada do Partido Progressista - composta por este Vereador e pelos Vereadores
João Antonio Dib e Newton Braga Rosa -, gostaria de dar as boas-vindas à Dona
Eridan Moreira Magalhães, da Delegacia Regional do Trabalho, e à Srª Jacqueline
Gatti Elbern, do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador,
justamente um dia antes do Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
Cumprimento-as pelo trabalho que vêm fazendo em prol da criança. Isso é muito
importante, porque todos nós falamos que o jovem é o futuro do nosso País, e,
na hora de concretizarmos essa frase, às vezes, nos omitimos. Portanto, eu
queria cumprimentá-las pela não-omissão das senhoras, que estão trabalhando em prol
do futuro do nosso País.
Quero dizer à Srª Eridan que finalmente a Vila do
Chocolatão tem uma esperança - a Prefeitura já elaborou o Projeto, já tem
alguns detalhes sobre o terreno, sobre a construção da nova Vila e a retirada
desses locais inadequados aqui ao lado. Eu tenho certeza, Srª Eridan, que,
dentro de um ano, as crianças não serão mais mordidas pelos ratos.
E o que a gente também gostaria de ver é que os
pais dessas crianças tivessem um trabalho digno para poder sustentá-los e assim
também melhorar as condições das nossas crianças. Meus parabéns; sejam
bem-vidas.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Em nome da Bancada
do PDT - Ver. Ervino Besson,
Ver. Nereu D’Avila, Ver. Márcio Bins Ely e Ver. Mario Fraga -, quero dizer que
em tudo aquilo que se refere à criança nós estamos engajados, uma vez que o
nosso Partido tem como prioridade - é uma bandeira que leva muito a sério - o
atendimento à criança. E batalhamos para que a criança fique na escola durante
oito horas no mínimo, em turno integral, porque temos a convicção de que, só
através da escola de turno integral, nós vamos retirá-la das ruas. Tanto é que
dissemos: “O CIEP é o caminho para eliminar a marginalidade”, porque criança na
rua encontra o quê? O caminho da marginalidade.
Meus
cumprimentos pelo trabalho que estão realizando, e nós nos colocamos à
disposição para qualquer necessidade.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Verª Neuza Canabarro.
O
Ver. Dr. Raul esta com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srª Eridan, Srª Jacqueline, é com muita
satisfação que a gente se soma, socialmente, ao trabalho que vocês já
desenvolvem. É a preocupação de todos nós termos um País melhor, com crianças
que, realmente, possam estudar, possam se desenvolver. Eu sou um grande
defensor do planejamento familiar, acho que temos que ter tantos filhos quanto
realmente possamos, para que tenhamos uma sociedade melhor de se viver. Como
Médico do Trabalho também, colega da doutora, a gente já teve oportunidade,
nesses mais de vinte anos, de ver realmente a situação, inclusive
até em empresas, com crianças estivadoras, com sacos na cabeça. O que faz isso
para a coluna de uma criança?! Vimos crianças catando lixo, crianças que
moravam dentro de esgotos.
Então
temos que dar a nossa contribuição social de uma maneira, no dia-a-dia, integrada,
principalmente com as comunidades mais pobres, para que possamos comemorar,
daqui a uns anos, o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, realmente, com
trabalho infantil erradicado no nosso Município, do nosso Estado, do nosso
País. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Maria Celeste, caras Eridan e Jacqueline, em nome da Bancada do PT,
Partido dos Trabalhadores, quero agradecer-lhes pela presença e dizer que as
suas preocupações estão na agenda cotidiana da nossa Bancada. Não bastasse
apenas - o que já é demais - a tragédia do trabalho infantil, nós temos também
situações muito humilhantes em relação às crianças e aos jovens da nossa
Cidade, como é o caso também da exploração sexual, cujos pontos nós já
levantamos e distribuímos para as autoridades públicas. É uma preocupação
cotidiana, e achamos que temos de envolver o conjunto da sociedade, mas temos
órgãos e instâncias governamentais responsáveis por essas fiscalizações. Então
cabe aos órgãos públicos tomar a iniciativa de fazer valer a legislação
atualmente em vigor. Nós também colaboramos enormemente aqui para que a
legislação do Conselho Tutelar fosse modificada, para que, no próximo período,
tenhamos uma eleição que nos dê condições de termos Conselheiros Tutelares que
vão cuidar dessa questão, defender esses direitos e cobrar das instâncias
governamentais, que têm de aplicar a legislação atualmente em vigor.
Queremos
lembrar, inclusive, como se faziam os cursos do Programa de Erradicação do
Trabalho Infantil na nossa gestão e o quanto foram importantes para esse
processo. Isso não passará em brancas nuvens, e amanhã estaremos, como nos 365
dias do ano, preocupados com a militância voltada para combater o trabalho
infantil na nossa Cidade, no nosso Estado, no nosso País. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, caras Eridan e Jacqueline, se me permitem assim chamar, quero, mais
uma vez, saudá-las, porque somos “insistentes” sociais, lutadoras e lutadores
contra o trabalho infantil, que não é
apenas uma tragédia desta Cidade, mas da humanidade. E nós sabemos, pela
Convenção 138, o quanto nós lutamos no sentido de repudiarmos todo trabalho
infantil, que é intolerado e pelo qual todos nós somos responsáveis. Então é
uma crítica com um trabalho, sim, localizado, por estarmos no Município de
Porto Alegre, mas com um olhar voltado para qualquer parte do mundo em que
exista essa tragédia. Aqui no Rio Grande do Sul, como todos sabemos, há o
problema na agricultura, na questão do carvão, na lapidação de pedras
preciosas, na mendicância no semáforo, nos cuidados aos irmãos mais novos,
transformados em precoces babás, e, com tudo isso também, há a recorrência às
drogas.
O
que para nós é o mais criminoso de tudo, querida Eridan, é o alvo fácil da
crítica de pessoas que não refletem sobre os motivos que levam as crianças até
esse ponto, pessoas que as responsabilizam simplesmente, com discursos fáceis e
demagógicos que a gente vê todos os dias nos meios de comunicações, em
especial, agora, com a questão da redução da maioridade penal. Hoje mesmo, se
nós olharmos, há um grande Partido, um pseudolíder do nosso País, se colocando
com essa posição demagógica, criminosa, contra a questão do desenvolvimento da
criança e do adolescente. Então nós temos que nos voltar a isso, porque dia 12
não é apenas o Dia dos Namorados, dia 12 é o dia de nós realmente nos voltarmos
a esse crime brutal contra a humanidade, e vocês são nossos símbolos maiores
nessa luta, e nós nos sentimos homenageados e nos colocamos sempre à disposição
para partilharmos essa luta. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Prezada Presidenta, Verª Maria Celeste; prezadas Dras. Jacqueline e Eridan,
falo em nome do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, em nome dos
Vereadores Elias Vidal e Clênia Maranhão.
Primeiro,
é importante sempre marcar este ponto que cada vez mais nos preocupa em pleno
século XXI, novo milênio, quando se discute a questão do jovem. Entendemos - e
alguns falam que se é jovem, adolescente, até os 30 anos... E nós ainda
cometemos, em nosso País, essa barbárie e temos, em nível nacional, algumas
situações bastante preocupantes como a questão dos carvoeiros, no Norte, e a
questão do aumento dos canaviais. Tanto se discute a questão do biodisel, mas
nunca se fala do trabalho escravo que é realizado em cima desse tipo de
cultura, e são milhares e milhares de crianças, de forma constatada, que vivem
ainda de uma forma escrava. No nosso Município, temos, sim, algumas distorções
e sabemos disso. Ao mesmo tempo sabemos que temos que fazer, cada vez mais, uma
parceria com a sociedade, porque a sociedade é muito complacente com a criança
- ela faz donativos, ela faz benesses - e se esquece de que aquela criança
crescerá, virará um adulto, e nós, como
sociedade, lhes viramos as costas. O Prefeito José Fogaça, de forma intensiva,
por exemplo, para o próximo ano, está aumentando em 25% o número de Conselheiros
Tutelares, passando de 40 para 50, para fazer, de uma forma mais atuante, esse
trabalho, mas sabemos que, por mais que se faça, ainda temos que fazer muito
mais.
Quero
dizer da importância de vocês virem aqui salientar e contribuir, para que
amanhã possamos fazer uma reflexão, todos juntos - Poder Público e sociedade
como um todo -, para podermos, não vou dizer erradicar, mas diminuir e
minimizar essa situação do trabalho infantil no nosso Município, no nosso
Estado e no nosso País. Parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada,
Ver. Professor Garcia.
Agradecemos
à Eridan Magalhães e à Jacqueline Elbern, do Fórum Estadual de Erradicação do
Trabalho Infantil, pela presença; elas vêm a esta Casa com todas as suas Coordenadoras
demarcar o 12 de junho como o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.
Muito obrigada pela presença das senhoras. Suspendo a Sessão por um minuto para
as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h38min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 14h42min): Estão reabertos os trabalhos.
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Srª
Presidenta, solicito um minuto de silêncio pela morte cruel da trabalhadora da
área da Saúde, nossa Auxiliar de Enfermagem,
Valéria de Oliveira de Almeida, lá do Posto da SAMU de Belém Novo, na
Zona Sul, assassinada na quinta-feira passada.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Deferimos o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
Passamos
ao
Minha
querida amiga mãe do homenageado, Salete, quantas viagens, quantas horas foram
necessárias, durante essa luta de mãe, uma guerreira mãe, para que o seu filho
tivesse o reconhecimento! Eu acompanhei em parte a sua trajetória e a sua luta.
Sem criticar ninguém, o Secretário sempre nos atendeu com tanta boa vontade,
mas muitas vezes ele não consegue atender algum segmento, embora esteja à testa
de uma Secretaria para resolver os problemas. Eu reconheço aqui a luta do
Secretário, mas também eu preciso fazer hoje não uma crítica, mas pedir que
alguns segmentos, quando procurados, façam uma avaliação mais profunda do
pedido das pessoas, mesmo que não seja de um Vereador.
Mas
esta heróica mãe deste bailarino... Quando a minha querida colega Verª Neuza
Canabarro teve contato com o Norton e seus familiares, chegando à Câmara, ela
disse: “Eu conheci uma grande personagem.” Naquele momento ela não sabia que eu
tinha contato há muitos anos com essa família. Sei da luta dessa família,
principalmente da mãe deste jovem. Minha cara Presidenta, meus caros
Vereadores, esta é a capa da Zero Hora do dia 12 de maio (Lê.): “Bailarino
salta de Porto Alegre para o mundo.” É bom que a TVCâmara mostre, pois assim
milhares de pessoas que acompanham esta Sessão terão oportunidade de ver.
Parece que deu tudo certo, Norton, pois coincidiu com a visita do Papa ao
Brasil. Vejam esta foto aqui (Mostra o jornal.) (Lê.): “Bento XVI santifica um
brasileiro”. E tem mais na Zero Hora. (Lê.): “O maior salto de Norton.
Bailarino porto-alegrense se destaca no cenário de dança clássica
internacional.”
Admiro
a luta deste jovem, porque o talento das pessoas, principalmente dos nossos
jovens com pouco poder aquisitivo, é muito difícil de ser reconhecido. Tem que
ser uma luta muito árdua, muito dura, com muita persistência. Mas, graças a
Deus, o Norton tem a sua família, sua mãe, seus avós, seus amigos, que estão do
seu lado e o acompanham no dia-a-dia. Ele lutou. A primeira vitória tua, Norton, foi quando
ficaste colocado em 1º lugar aqui no Brasil; depois, foste representar o nosso
Brasil lá fora, num país de Primeiro Mundo. É um grande salto! Será que outros
países têm que reconhecer primeiro o talento do nosso jovem para que algum
segmento aqui do Brasil se levante e diga: “Vamos apoiar este jovem que leva o
nome do nosso Brasil, esta Bandeira que amamos tanto”? (Mostra a Bandeira do
Brasil.) Norton levou ao topo do mastro a bandeira do País, este jovem simples
levou sempre no seu coração, no seu peito, o amor à Pátria.
Acho que esta Câmara hoje está prestando mais do
que uma justa homenagem a este jovem talentoso que ama tanto a nossa Pátria, o
nosso País. Ele está emocionado, mas nós é que tínhamos que estar emocionados,
porque tu levaste o nome do nosso País a milhares de quilômetros daqui, com a tua
luta, com o teu amor, com o dom que Deus te deu.
A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, quero cumprimentá-lo
pela iniciativa e dizer que, efetivamente, eu conheci o Norton agora em janeiro
- e o senhor o conhece há muitos anos, tanto é que trouxe toda a reivindicação
dele, achava de direito o senhor
continuar assumindo.
Norton, estou emocionada porque tive o prazer e
privilégio de ser tua parceira, pois fazíamos fisioterapia juntos em janeiro: eu operada do joelho, e
ele lesionado, em vista do amor à sua arte. Eu me lesionei por ter feito arte
que não condiz com minha faixa etária: subir em carro alegórico em pleno
carnaval. Mas estávamos lá juntos, conversamos, fiquei conhecendo toda a tua
vida. Foi uma experiência maravilhosa, estou vibrando contigo! Imagino a
alegria da tua mãe, dos teus familiares, da tua irmã, principalmente pelo teu
mérito, por teres vencido. Parabéns.
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado, Verª Neuza. Há pouco a Presidenta registrou que temos aqui um
representante da Secretaria de Cultura...
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, permita-me,
através da sua presença na tribuna, saudar o Norton Fantinel. Eu acho que uma
das coisas mais importantes para o artista é a sensibilidade. E V. Exª parece
ter muita sensibilidade. Eu lhe desejo sucesso, saúde e paz.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Ver.
João Antonio Dib. Então, eu peço ao representante da Secretaria de Cultura que
leve o nosso pedido, o nosso apelo ao nosso Secretário, que tem feito muito até
agora, mas dá para fazer muito mais; dá para a Secretaria aliviar essa árdua
luta desta mãe e desta família. Não está sendo fácil, a Secretaria tem
condições, sim, porque ele já fez o suficiente - eu acho - para merecer um
apoio maior, pela forma como ele levou o nosso País a um país do Primeiro
Mundo, com a sua representatividade. Portanto, faço este apelo e penso que o
faço em nome dos 36 Vereadores e Vereadoras, em nome da cidade de Porto Alegre,
em nome desta Cidade que ele tanto ama, Cidade que foi por ele levada tão
longe, bem como esta bandeira que nós tanto amamos. Fica, portanto, este apelo.
A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, cara Presidenta,
querido Norton, em nome do PCdoB, quero dizer que tu és uma inspiração.
Acreditamos que, com a Reforma universitária, enfim, da Educação, e também
colocando o Ministério dos Desportos nessa condição de estar junto nessa Reforma,
tantos Nortons e tantas meninas e meninos poderão levantar essa bandeira,
porque, quando existe investimento e a estrutura da família - aqui
parabenizamos a família -, nós sabemos que o sucesso é uma realidade. Pela tua
simplicidade e a tua singeleza, nós também nos sentimos representados e
felizes. Parabéns.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Verª
Maristela Maffei.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Caro Ver Ervino, caro Norton, em nome da minha
Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, receba a nossa saudação. No ano de
2005, nós propusemos ao Secretário, numa reunião da Comissão de Educação,
Cultura e Esportes, que a gente tivesse um programa específico para a dança, e
que Porto Alegre pudesse sediar grandes eventos e incentivar valores como o
Norton. Obrigado.
O SR. ERVINO BESSON: Obrigado,
Ver. Adeli. Eu quero aqui...
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, meus parabéns pela
iniciativa. Eu queria dizer ao Norton que a vitória dele é uma
conseqüência, e muito mais importante é a alegria que tu tens dentro de ti por
dançar. A dança é uma forma de sentir à sua volta o élan irreversível da vida, a luz, a aura, o astral e a
sutil mensagem de felicidade e de entendimento entre os seres humanos. Tu tens,
no equilíbrio dos teus passos e a cada desequilíbrio, um novo equilíbrio, e eu
quero te dar os parabéns não só pela tua vitória, mas por isto que tu vens
formando há tantos anos dentro de ti: essa indizível festa que é a dança. Meus
parabéns!
O
SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado. Parece que há alguém, também, representando aqui a Secretaria de
Esportes, da SME. Se tiver alguém, por favor, que leve esta mensagem ao nosso
Secretário, que talvez consiga alguma ajuda, pois o Norton fez um pedido, e,
com pouca coisa, ele vai viajar, já tem viagem marcada para o dia 21 de junho -
este mês! - para os Estados Unidos. Sei que as condições dele para viajar estão
sendo muito duras. E sabe lá, gente, todas as pessoas que nos assistem pelo Canal
16 da TVCâmara, algum querido colega, Vereador ou Vereadora que tenha alguém
conhecido, vamos dar uma mão para o Norton, acho que ele merece, por tudo o que
ele já fez hoje aqui, levando o nosso País, o Brasil, para os países de
Primeiro Mundo.
Quero
registrar aqui a presença da Letícia, da Greta, da Flávia, da Camile e da
primeira professora do Norton, a Clarissa de Oliveira Matos. Da primeira
professora, sempre da primeira professora, nós nunca esquecemos! Querida
professora, que Deus também te ilumine, porque tens visão, tu reconheceste no
Norton esse dom que ele tem. Isso foi graças a ti, minha querida professora. E
registro também a presença da Urânia Abreu, que foi uma das grandes
colaboradoras, e seus avós, a Marta Siqueira Ramos e o Vilmar Antônio Ramos.
Encerro,
minha cara Presidenta, dizendo ao querido Norton: que Deus ilumine esta tua
caminhada para ti e tua família. E eu acho que o nosso País te deve esta,
Norton, ele te deve esta, sinceramente. Eu acho que nós merecemos, assim como o
País todo, por tudo o que já fizeste. Tu vais fazer uma viagem tranqüila, que a
tua mãe não fique aí também perdendo noites e noites de sono, porque sabe que
tu já fizeste viagens com muita dificuldade. Quem sabe, esta viagem, tu a faças
com mais tranqüilidade. É um apelo que eu faço aqui desta tribuna.
Quero,
também, dar o meu agradecimento, o nosso abraço aos representantes da
Secretaria da Cultura Sergius Gonzaga. Tenho certeza de que tu receberás, pelo
menos, uma notícia boa para que viajes mais aliviado. Muito obrigado, Srª
Presidenta, muito obrigado, minhas colegas Vereadoras e Vereadores. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Quero
registrar a presença da Srª Laura Fróes, representando também a Secretaria do
Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.
O
Sr. Norton Fantinel, bailarino e primeiro colocado na seletiva brasileira em
Nova York, está com a palavra.
O
SR. NORTON FANTINEL: Boa-tarde
a todos, saúdo os membros da Mesa aqui presentes nesta cerimônia, representados
pela Exma Srª Presidenta da Câmara Municipal de
Porto Alegre, Verª Maria Celeste; Ver. Ervino Besson, proponente desta
homenagem, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, demais autoridades presentes, senhores
representantes da imprensa, senhoras e senhores, em especial o organizador e
mentor deste evento, Ver. Ervino Besson, um ser humano que conserva valores
morais mais preciosos, um exemplo de pessoa. Agradeço, acima de tudo, a Deus,
que sempre me acompanhou em todos os meus passos; a todos que colaboraram para
que meu sonho pudesse se tornar realidade, especialmente a todas as professoras
da minha Escola de Ballet Vera Bublitz; à minha Fisioterapeuta Viviane
Frazão; ao meu médico João Fernando Pozzi e aos meus amigos, pois ninguém
alcança nada sozinho. Agradeço, sobretudo, à minha família, que sempre me
incentivou e que sempre esteve ao meu lado, compartilhando tanto os momentos
bons, como os ruins, apoiando-me para que eu chegasse aonde eu cheguei.
Ressalto que não foi fácil conseguir títulos e obter reconhecimento no balé
clássico, pois foi preciso trabalhar muito, com muita determinação, paixão e
humildade; esses são alguns dos ingredientes para alcançar o sucesso. Agradeço
a presença de todos os meus amigos neste dia tão especial para mim. Obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Cumprimentamos,
mais uma vez, o Sr. Norton Fantinel, agradecemos a todas as senhoras e os
senhores pela presença e damos por encerrada a presente homenagem. Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h02min.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 15h04min): Estão reabertos os trabalhos.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadores, colegas Vereadoras,
senhoras e senhores que nos dão o prazer de suas presenças aqui na Casa,
senhoras e senhores da imprensa, gostaria de tratar hoje, neste Grande
Expediente, do mesmo tema que tratei no meu primeiro Grande Expediente desta
Legislatura, no dia 30 de março de 2005, que foi o tema da Saúde. Vim a esta
tribuna trazer um conjunto de conflitos que tinha se agravado no início do
Governo Fogaça, principalmente nos prontos atendimentos e nos Postos de Saúde
da Família. Naquela oportunidade, eu mostrava aqui algumas fotos sobre a falta
de gestão, sobre como estavam sendo orientados alguns postos de saúde, como o
Posto de Pronto Atendimento de Belém Novo. Passaram-se dois anos e meio, e o
que é que aconteceu com a Saúde Pública de Porto Alegre? Melhorou? Não, piorou.
Piorou em quanto? Piorou em muito, em números estratosféricos, de forma que não
podemos dimensionar o número de problemas que surgem na Saúde de Porto Alegre.
E aí, Vereadores e Vereadoras, principalmente os da base do Governo, o que é
que apresentamos? Uma falta de gestão pública para a Saúde de Porto Alegre.
E
eu vou trazer aqui alguns casos, para que nós possamos debater e buscar, sim,
responsabilidades. Podemos começar com o nosso querido Pronto Socorro - o HPS
-, Srª Presidenta. A convite da senhora, esta Câmara de Vereadores foi lá fazer
uma visita, com um conjunto de Vereadores plurais, para identificar os
problemas e buscar soluções. Agora, um dos principais problemas que tem a Saúde
é a carência de recursos, e o que acontece com o nosso querido HPS, que já foi
exemplo de instituição de saúde para Porto Alegre, para o Rio Grande do Sul e
para o Brasil? Hoje a imprensa noticia, em todas as suas páginas, os descasos e
os desmandos com a Saúde Pública, e o HPS deixou de ter a sua qualidade em
excelência na Saúde. (Mostra jornal.) Eu gostaria que a câmera mostrasse aqui
esta notícia da nossa imprensa, em que se lê que o HPS perdeu 7,4 milhões de
reais dos recursos do Governo Federal que estavam disponíveis, eles não foram
aproveitados pela má gestão da Saúde Pública de Porto Alegre, pela falta de
projetos.
E
quem diz isso não sou eu, Ver. João Antonio Dib, quem diz isso é o Sr. Marinon
Porto (Lê.): “Não posso negar, a Secretaria tem sua culpa. É muita morosidade.
Só conseguimos receber até agora 1,9 milhões - diz, constrangido, o atual
Coordenador Municipal do QualiSUS, Marinon Porto, Assessor da Secretaria de
Saúde de Porto Alegre.” Um assessor de um programa assumir isso e continuar
dirigindo esse programa; um Secretário assumir isso e continuar dirigindo a
Secretaria; um Prefeito ouvir, saber disso e nada fazer para melhorar a
gestão?! Acredito que nada melhorou e muito piorou na Saúde.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Ver.
João Antonio Dib, tenho o prazer de lhe dar um aparte.
O
Sr. João Antonio Dib:
Nobre Ver. Comassetto, a Prefeitura não perdeu nada. Os projetos são realmente
difíceis. É difícil fazer a recuperação de um prédio que atende a doentes com
diferentes doenças e que precisa continuar funcionando sem interrupção. A
Prefeitura não só tem projeto para recuperar o PAM-3, como também quer
ampliá-lo em 1.300 metros quadrados, se não estou equivocado. Portanto, é questão
de projeto, e o Governo Federal faz bem em só entregar o dinheiro com o projeto
pronto.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Ver.
João Antonio Dib, eu não sou daqueles que costumam dizer que a imprensa mente,
o que a imprensa está dizendo aqui é que Porto Alegre perdeu 7,4 milhões de
reais. Portanto, temos uma divergência entre a sua opinião e a minha - primeiro
isso. Segundo, quem está dizendo que perdeu dinheiro é uma autoridade municipal
responsável pelo Programa QualiSUS, o Sr. Marinon Porto - está escrito aqui nos
jornais. (Mostra jornal.) Portanto, não dá para nós sombrearmos, apesar de
todas as nuvens que estão lá fora, esse tema, porque ele é um tema sério, e nós
temos aqui, sim, é que cobrar responsabilidades, Ver. Aldacir Oliboni.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Comassetto, não
sei realmente se o Ver. João Dib tem mais informações do que nós, mas é o
próprio responsável pela Secretaria da Saúde que afirma que não conseguiram
fazer o projeto. Desde 2005, há recurso disponível do Governo Federal, através
do Programa QualiSUS, para o Pronto Socorro. É uma morosidade inaceitável! Há
aí, realmente, uma incompetência completa de quem tem 9,3 milhões no total e
não consegue trazer os recursos por falta de projeto. E, como diz na matéria
também, do 1,9 que foi trazido, que se conseguiu dos 9,3, há 500 mil reais
parados na conta do Pronto Socorro para a compra de equipamentos, o que também
não se realiza. Muito obrigado.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Se nós ficássemos só no HPS, tudo bem, mas vamos a outro posto de saúde, vamos
para o PAM-3, ao qual também esta Casa, no dia 17 de janeiro, fez uma visita -
e a nossa Comissão de Direitos Humanos realizou outras duas visitas. Lá
chegando, nós nos deparamos com um conflito interno na psiquiatria; dava para
se classificar como uma verdadeira casa dos loucos, pela atuação dos
funcionários, o conjunto de pacientes, os seguranças, não remetendo, em momento
nenhum, à possibilidade de termos uma qualidade na Saúde.
Na
Audiência Pública que fizemos aqui, em conjunto com a COSMAM, foi tirado, sim,
e encaminhado ao Prefeito Municipal um Pedido de Urgência para uma intervenção
municipal. Não houve essa preocupação, e acabou acontecendo o quê? A interdição
do PAM-3 por parte da categoria médica de Porto Alegre. Será que a categoria
médica está tão errada assim? A própria categoria médica que apoiou, inclusive,
esta gestão que aí está para que colocasse lá o Secretário Municipal da Saúde.
E veio aqui o Líder do PTB na semana passada dizer que o Secretário estava
saindo da Secretaria Municipal, que estava indo para Israel e que não voltaria
mais ao cargo. Talvez ele tenha ouvido o discurso do Líder do PTB aqui nesta
tribuna e, no outro dia, anunciou a sua permanência no cargo. Portanto, eu
quero trazer esses dados aqui, porque tenho que me pautar na boa referência das
informações que vêm para esta Casa.
O
Sr. Aldacir Oliboni: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns, Ver. Carlos
Comassetto, por ter dado ênfase ao assunto da Saúde, que é de extrema
importância, mas muito grave na cidade de Porto Alegre. Para chegar ao ponto de
o Cremers interditar um PSF, no caso específico o da Cruzeiro, imagine a
situação em que ele se encontrava. Se o Cremers rodar pela Cidade e verificar
outros PSFs, irá interditar muitos postos. Eu gostaria de saber quem é o
Secretario de Saúde: é o Pedro Gus ou é o Vice-Prefeito?
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado.
Para
concluir a minha fala, posso dizer que, no final de semana, trabalhamos lá na
Região Sul fazendo uma discussão com o Município, a comunidade e o Conselho
Municipal da Saúde, tratando do Hospital da Restinga e da saúde integral para a
Restinga e Extremo Sul. Foi decidido pela comunidade, junto com o Conselho
Municipal, que um dos dois postos de saúde - fruto das Emendas que fizemos
aqui, acordado no Ministério Público, para não ser perdido esse dinheiro - será
na comunidade Chapéu do Sol. Um trabalho em conjunto, sim, com a coordenação do
Município de Porto Alegre.
Agora,
ao mesmo tempo, o Sr. Prefeito Municipal faz um anúncio sobre o tema do
Hospital da Restinga - gostaria que a câmera mostrasse (Mostra jornal.): a
Prefeitura apresenta um novo projeto, um novo terreno para o Hospital da
Restinga. Para concluir, quero dizer que o que menos falta para o Hospital da
Restinga é o terreno. Este já está destinado desde 2004. Nós precisamos é que
os projetos que estão engavetados lá na SMOV desde dezembro de 2004 sejam
analisados e aprovados, para andar a parte da Prefeitura. Enquanto isso, na
próxima quinta-feira, teremos uma nova rodada no Ministério Público sobre o
convênio do Hospital da Restinga e dos oito PSFs que terão que ser construídos
na Restinga e no Extremo Sul. Muito obrigado, Srª Presidenta, colegas
Vereadores e Vereadoras. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O
SR. ALDACIR OLIBONI:
Nobre Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público
que nos acompanha pelo Canal 16, senhoras e senhores, eu queria continuar com o
tema trazido pelo nobre Ver. Comassetto: a Saúde. Nós estamos em uma situação
em que nos perguntamos: “Será que tem um gestor na Saúde em Porto Alegre?” Acho
que não tem gestor, porque nós já chegamos ao inverno e não temos, por exemplo,
a Operação Inverno. Todos os anos é instituída, no Município de Porto Alegre, a
possibilidade de ampliar o atendimento médico aos trabalhadores, enfim, aos
cidadãos de Porto Alegre, com a Operação Inverno. Onde está a Operação Inverno?
Na
visita que nós fizemos, Dr. Raul - que é o Presidente da Comissão de Saúde -,
fomos ao Hospital Conceição, juntamente com o Ver. Elias, e a própria
Superintendente, Jussara Cony, perguntou para nós: ”Afinal de contas, vocês
sabem se o Governo Municipal tem algum projeto para a Operação Inverno?” Nós
dissemos que infelizmente não sabíamos. E não sabemos! Logo adiante vamos
entrar em julho, e a Operação Inverno, no Município de Porto Alegre, não
aconteceu. Nós tínhamos que trazer aqui, sim, o Prefeito Municipal, porque o
Secretário de Saúde não adianta vir; se ele vem, ele não tem autonomia para
desenvolver ou para implementar os projetos que a Cidade precisa. Quem, afinal
de contas, tem autonomia, se o próprio Secretário disse que ia viajar e logo em
seguida cancelou a viagem porque a notícia saída nos jornais foi a de que ele
ia ser substituído pelo Vice-Prefeito?
O atendimento médico na cidade de Porto Alegre está
um caos, tanto é verdade que, com a greve dos municipários - o que é um direito
-, os serviços de saúde estão deixando a desejar em todos os locais. Não houve
nenhuma intervenção positiva do Governo em transferir ou anunciar algumas
emergências regionais, principalmente nos bairros de grande população. Imaginem
vocês se eles iriam implementar a Operação Inverno! É nesse sentido que eu
quero dedicar este espaço a essa luta dos trabalhadores, a essa luta dos
municipários, que estão reivindicando o que lhes é de direito. E o Governo não
sinaliza com nenhum gesto positivo para que esses trabalhadores voltem a
trabalhar e tenham um espaço de dignidade e valorização profissional! Nós, aqui
na Câmara de Vereadores, tentamos interferir várias vezes por intermédio da
Presidenta desta Casa; assim mesmo, está muito difícil encontrar uma solução.
Quero, neste espaço, dizer que a Saúde em Porto Alegre
está péssima, principalmente porque o Governo do Estado não olha para a Cidade,
não olha para Porto Alegre, nem mesmo o que é devido ele repassa ao Município.
Como o próprio Secretário disse, os 30 milhões de reais para a Saúde não foram
destinados a Porto Alegre. E o Governo Federal tem sido o grande baluarte da
transferência de recursos; todos os programas implementados nesta Cidade o
foram às custas de recursos do Governo Federal, fosse no Hospital de Pronto
Socorro, para o que havia a disponibilização de 9 milhões de reais, e não foi
feito o projeto de reforma, fosse no PAM-3,
para o qual agora o Governo anuncia 6,5 milhões para a reforma, mas o Município
de Porto Alegre disse que tinha 100 mil reais para uma pequena reforma naquela
unidade de saúde. É lamentável: 100 mil reais para fazer uma tapeação. É por
isso que a Comissão de Saúde, juntamente com a Presidência, sexta-feira estará
lá, visitando novamente, para constatar, felizmente ou infelizmente, a tapeação
que o Governo Municipal deu. E não é o que nós queremos: nós queremos é que se
possibilite uma nova psiquiatria, um novo atendimento, uma humanização do
serviço e um local adequado para os servidores, para que possam trabalhar,
porque é o que eles estão reivindicando, um local adequado para trabalhar,
porque, olhando de fora e até mesmo entrando dentro do PAM-3, dá uma impressão
de que é um prédio abandonado. O Governo não tem ido lá e não tem implementado
nenhuma política de humanização. Por isso, nesses últimos dois anos, o PAM-3
ficou abandonado. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Haroldo de Souza.
O
SR. DR. RAUL: Boa-tarde
a todos. Nobre Verª Maria Celeste, na presidência dos trabalhos; Srs.
Vereadores, Sras
Vereadoras, pessoas que nos assistem aqui no plenário ou pela TVCâmara, venho,
neste período, em primeiro lugar, para dizer que a questão da Saúde Pública
realmente é uma questão que afeta todos nós. A Secretaria de Saúde está
procurando fazer o seu papel dentro de toda a dificuldade existente, e nós
estamos nos somando a isso. Também estivemos, para vocês terem uma idéia,
conversando com o Secretário na quinta-feira e pudemos adiantar palavras dele
já ditas no próprio II Congresso Gaúcho de Medicina de Família e Comunidade, no
qual ele garantiu a municipalização do Centro de Saúde Escola Murialdo, o que
nos deixou muito satisfeitos. O Secretário Estadual também estava presente.
Acredito que essa é uma etapa importante para a Zona Leste da Cidade, pois, se
realmente vier a se configurar nos próximos meses, vai ser um avanço para o
atendimento de Saúde daquela região.
Gostaria
de dizer da minha satisfação de hoje ter estado lá na Ilha dos Marinheiros,
onde, pela manhã, foi assinada, pelo Sr. Prefeito Municipal, a lei que
estenderá a rede de água tratada para aquelas pessoas que nunca tiveram água,
que sempre dependeram de carros-pipa, o que ocorrerá, acredito, em um ano. Será na Ilha da Pintada e para aquela
região; o DMAE estenderá a rede de água potável, o que significa Saúde Pública
para aquela população, algo que todos nós queremos. Eu cheguei a ficar
emocionado lá, porque há mais de vinte anos trabalhei naquela comunidade,
convivi com essa dificuldade. Foi um momento muito importante para a
comunidade do local; vi aquelas crianças que atendi lá há uns 20 anos, hoje são
homens feitos, eles me cumprimentaram e disseram que, enfim, terão água potável
lá. Isso é uma coisa muito boa. Essa lei que foi aprovada aqui por unanimidade
dá condições para que essas pessoas - não só as moradoras das Ilhas, mas também
às que vivem em locais onde não há regularização dos seus imóveis - tenham água
potável. Eu acho que isso é muito importante para a Cidade.
Então,
para finalizar, gostaria de manifestar a minha vontade de trazer a esta Casa o
Presidente da Associação de Medicina de Família e Comunidade, para que ele
possa dizer da nossa realidade. Em nível de PSF, por exemplo, nós temos 27 mil
PSFs no Brasil e, no Estado, temos em torno de 1.400 e precisamos de uma
qualificação muito maior desses profissionais que lá trabalham, porque não
passam de mil os médicos realmente qualificados para exercerem a Medicina de
Família e Comunidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidenta Maria Celeste, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
hoje pela manhã, como membro consultivo do Fórum da Igreja Católica, tivemos
mais uma reunião preparatória desse grande evento que deverá trazer a Porto
Alegre aproximadamente cem mil pessoas nos quatro dias do Fórum, que se iniciará
no dia 20 de setembro e se concluirá no dia 23 de setembro. Teremos
conferências, oficinas, celebrações, inclusive shows artísticos. Então,
a população de Porto Alegre fica convidada a participar desse grande evento na
nossa Capital, ele vai acontecer lá na PUC nos dias 20, 21, 22 e 23 de setembro
deste ano.
Vários oradores me antecederam aqui falando sobre
os problemas da Saúde em Porto Alegre.
Efetivamente, são grandes os problemas da Saúde, mas não é só em Porto Alegre,
ocorrem em todo Brasil. Estive, neste fim de semana, no Interior do Estado e
pude ver também as dificuldades que lá existem em relação à Saúde.
Com
referência ao Ver. Aldacir Oliboni, que perguntou sobre a Operação Inverno: ela
ocorrerá, sim, a partir do dia 21 deste mês. Há algumas dificuldades ainda,
pela falta de leitos hospitalares em Porto Alegre, porque a verba do SUS é
insuficiente; será sempre insuficiente, Ver. Dr. Raul, enquanto as pessoas não
cuidarem da sua saúde. Por isso, louvo a iniciativa desta Casa, pela sua
Comissão de Saúde, em promover aqui na Câmara o Seminário sobre a saúde do
homem, algo que nunca havia sido tratado especificamente.
Quanto
ao PAM-3, que existe há muitos anos e para o qual há muitos anos não há nenhum
investimento, nenhum melhoramento: muita gente vem aqui reclamar, mas também a
Administração Popular, que esteve 16 anos no Governo, não fez investimentos lá.
Claro que o Governo Fogaça já deveria tê-los feito, porque recebeu, como
herança, aquele prédio já deteriorado. Estivemos lá no ano passado e vimos a
situação. Mas, apesar das dificuldades, o PAM-3 vinha operando razoavelmente -
a Saúde nunca estará a 100%, porque sempre vai faltar alguma coisa -, atendendo
de 600 a 900 pessoas por dia.
E
onde estão sendo atendidas as pessoas hoje, Verª Maria Luiza? Eu estive no
ProntoPUC na quarta-feira passada. É uma entidade particular, e lá fiquei por
duas horas e meia e não fui atendido; havia uma outra pessoa que estava lá há
quatro horas - isso no pronto atendimento de uma entidade particular. Hoje o
QualiSUS está sem verba para encaminhar essas soluções.
Queria,
nesses segundos, enfatizar os prejuízos que a greve dos funcionários tem
trazido à nossa Cidade: prejuízos à Saúde; à Educação, crianças sem aula; aos
atendimentos de emergência na área operacional do DMAE, do DEP, que estão
prejudicados por essa greve. Se ela é justa ou não é um grande aspecto a ser
considerado, mas há um detalhe: o Simpa, que teve a sua presidência assumida
pelo Partido dos Trabalhadores, está reclamando a diferença salarial do tempo
da Administração do Partido dos Trabalhadores, que não a concedeu. Engraçado,
agora reclamam; antes não reclamaram, não entraram em greve. Agora, que o
Fogaça assumiu e está cumprindo a sua parte, estão reclamando retroativamente
ao Governo do PT. É muito engraçado isso!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregôo
a Emenda de Liderança nº 06 ao Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 012/06: “Inclua-se
no § 1º do art. 7º do Substitutivo nº 01 ao Processo nº 3168/06, após a
expressão ‘responsabilizando-se o condomínio’, a expressão ‘pelo custo e’.
Justificativa - Da Tribuna”. Está
assinada pelo Líder da Bancada do PP, Ver. João Antonio Dib.
Apregôo
Requerimento de autoria dos Vereadores Nereu D’Avila, Ervino Besson e Márcio
Bins Ely, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao PLCL nº
012/06.
Apregôo
Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a retirada de
tramitação da Emenda ao Substitutivo nº 05 ao PLCL nº 012/06.
Apregôo
a Subemenda nº 02 à Emenda nº 04 ao PELO nº 002/06 (Lê.): “Art. 1º - Fica
excluída da redação do art. 52 a expressão ‘...entrando, após, em recesso’.
Justificativa: Trata-se da mera adequação técnica em face da redação da Emenda
nº 04, a qual estabelece que a Sessão Legislativa ocorrerá, dentre outros
períodos, do dia 1º ao dia 3 de janeiro. Por outro lado, no início da
Legislatura, a posse da Câmara, do Prefeito e do Vice ocorre no dia 1º de
janeiro. A redação atual do art. 52 estabelece que, após a posse, a Câmara
entrará em recesso, disposição esta que colide com a redação da Emenda nº 04,
que estabelece que a Câmara funcionará até o dia 3 de janeiro.” De autoria do
Ver. Nereu D’Avila.
Apregôo
a Subemenda nº 01 à Emenda nº 05 ao PELO nº 002/06 (Lê.): “Art. 1º - Inclui, na
redação proposta pela Emenda nº 05 ao caput
do art. 51 da Lei Orgânica, a expressão ‘da Câmara Municipal, ou reunião
extraordinária de Comissão Permanente’ entre as expressões ‘... convocação
extraordinária...’ e ‘... e funcionará...’. Art. 2º Inclui o § 4º na redação
proposta pela Emenda nº 05 ao art. 51 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre, conforme segue: Art. 51 - § 4º
As reuniões extraordinárias das Comissões Permanentes, durante o recesso
legislativo, as quais poderão ser convocadas exclusivamente pelo Presidente da
Câmara ou pelos Presidentes das Comissões Permanentes, somente ocorrerão para
tratar de matéria cujo andamento torne inútil a deliberação posterior ao
recesso legislativo e importe em dano irreparável à coletividade.
Justificativa: Este Vereador, ao subscrever a presente Subemenda ao PELO nº
002/06, objetiva, primeiramente, contribuir para a discussão sobre a alteração
do art. 51 da Lei Orgânica sobre o papel da Câmara Municipal junto à comunidade
local e o recesso parlamentar. É o Poder Municipal, que tem como representante
o Vereador, que deve ter vinculação direta com a comunidade e com suas aflições
cotidianas, tais como o aumento das prestações da casa própria, da taxa de
iluminação, com a ofensa aos direitos do consumidor, dentre outras questões
importantes e urgentes. Partindo desta premissa, entendemos que não podemos
permitir que durante 58 dias por ano o mandato do Vereador seja reduzido a uma
Comissão Representativa e a população tenha reduzida a sua representação no
Parlamento Municipal, sendo privada de orientações as Comissões Permanentes da
Câmara. Estas têm por finalidade principal fiscalizar o Poder Executivo - que
não entra em recesso -, representar a comunidade, ouvir depoimentos, orientar
procedimentos, enfim, ser um canal de comunicação, ser um instrumento de voz de
todos os cidadãos e cidadãs da Cidade. Através desta iniciativa, propomos um
‘recesso legislativo’ sem nenhum dia de recesso parlamentar, pois as Comissões
poderão funcionar durante todos os meses do ano, executando todas as suas
funções, com exceção da legislativa, pois esta, sim, necessitará de convocação
extraordinária quando for o caso. Diante do acima exposto, busco apoio dos
nobres Pares para esta Subemenda, reafirmando cada vez mais a integração desta
Casa com os munícipes. Sala das Sessões, 11 de junho de 2007.” Está assinado
pelo Ver. Adeli Sell.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Vereadoras e Vereadores, na segunda-feira passada,
sob a presidência do Ver. Professor Garcia, reuniu-se a CEFOR, junto com os
Secretários Clóvis Magalhães e Cristiano Tasch e em conjunto com o comando de
greve do funcionalismo, com a pauta exclusiva de discutir a crise de
funcionalismo municipal, em greve há mais de vinte dias.
Eu
imaginava - e assisti a essa reunião -, responsavelmente, que o Secretário
Clóvis Magalhães apresentaria uma proposta ao funcionalismo, uma proposta de
negociação, esperava que ele se dispusesse a ouvir o funcionalismo e a propor
uma negociação, porque o diálogo significa falar e significa ouvir, significa
estabelecer uma pauta mínima de proposta consensual, que haja respeito mútuo.
Mas ele disse que preferia vir aqui falar do passado, preferia vir aqui falar
mal da Administração Popular, inclusive nos ofendeu falando que nós deixamos
uma situação insustentável na Prefeitura, o que absolutamente não é verdade.
Nós,
da Bancada do Partido dos Trabalhadores, aceitamos esse desafio, queremos em
todos os segmentos da Prefeitura falar do passado, porque qualquer cidadão,
qualquer cidadã hoje sabe fazer comparações, é só olhar para o lado, é só olhar
para frente, é só querer enxergar. Poderíamos comparar a questão das
inundações: nunca foram vistas inundações em Porto Alegre como as que temos
hoje; poderíamos comparar a questão do lixo; dos mendigos desassistidos na
cidade de Porto Alegre; das crianças nas ruas; do abandono dos equipamentos
culturais, como é o caso do Auditório Araújo Vianna; poderíamos falar da
situação do PAM-3, como era e como é hoje. A comparação sempre será favorável a
nós, porque a população conhece a população, tem memória e respeita a nossa
história, já consegue discernir. Qualquer Vereador de Porto Alegre recebe
muitos e-mails por dia com queixas da situação em relação à Prefeitura.
Mas,
voltando ao funcionalismo, eu tenho hoje muita esperança de negociação, que
aquele pedido de socorro, Verª Maria Celeste... Quando eles vieram a esta Casa
e pediram negociação - esse era o grito de guerra -, era apenas um pedido de
negociação, um pedido de mediação desta Casa. E aqui quero cumprimentar a nossa
Presidenta pela sua maneira sóbria, institucional, porque a autoridade não vem
apenas do cargo, vem da sua essência, está à altura da condição do cargo. A
nossa Presidenta acolheu uma proposta do Ver. Dib, e foram conversar na
Prefeitura. O Governo tem que considerar que os funcionários públicos
municipais se reorganizaram no seu sindicato, o Simpa. Em nome da Srª Carmem
Padilha e do Sr. Darwin Ribas quero homenagear todos os funcionários,
quero dizer ao Ver. Nedel que a Srª Carmem Padilha não é filiada ao
Partido dos Trabalhadores há muito tempo.
E
agora, sem nenhuma irresponsabilidade com o discurso de oposição, nós
concordamos com a Lei de Responsabilidade Fiscal. A margem prudencial em
relação aos gastos com funcionalismo vai até 51,3%, e hoje atinge 46,6%;
portanto há uma folga real para trabalhar a negociação com o funcionalismo. Se
até hoje os serviços da Cidade estão parados, truncados, prejudicando a
população, é porque não houve negociação antes. Essa negociação começou
recentemente, no sábado, com a presença do Prefeito Fogaça, e é aí que reside a
minha esperança, que se chegue a um bom terno nessa negociação.
Trata-se
de um Governo que não investe nos serviços. Quando chovia, a única culpa da
chuva era da Administração Popular; agora a culpa deve ser do tamanho da chuva
ou de São Pedro. Queria dizer ao Ver. Nedel que o inverno iniciou antes, não
podemos ter uma postura burocrática. O calendário diz que inicia dia 21 de
junho, mas iniciou muito antes; agora, por que não tem? Porque os recursos do
SUS não chegam? Chegam sim. Se o Governo do Estado pagasse o que deve - em
torno de 30 milhões de reais - para a Prefeitura de Porto Alegre, ela teria
recursos do SUS para Porto Alegre, porque o Governo Federal rigorosamente vem
pagando a sua parte. Trata-se de um Governo que não investe nos serviços e nem
no funcionalismo. Então, eu quero perguntar a este Governo, à Liderança da base
governista: para onde vai o superávit da Prefeitura? Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MARIO FRAGA: Ver.
João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos neste momento, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público
que nos assiste nas galerias e público da TVCâmara, eu vou pegar só o
finalzinho da fala da Verª Margarete Moraes. Nós ainda estamos colocando as
contas em dia, depois de um período de 16 anos de um Governo só, e a gente, se
Deus quiser, vai conseguir, e esse superávit vai para a Saúde. Ver. Brasinha,
porque, mesmo que vá todo o superávit para a Saúde, a Saúde sempre vai
continuar debilitada, visto que o nosso povo já é muito sofrido, e
precisaríamos de uma mudança muito, muito forte em todo o sistema, não só o
nosso, municipal, mas também no estadual e federal, até no que diz respeito ao
Sistema Único de Saúde, visto que as consultas - todos nós sabemos - são
insignificantes, chegam a ter valores de 2 reais, 3 reais. Eu não sou médico e
nem tenho procuração deles, Ver. Sebenelo, para defendê-los, mas tenho certeza de que isso acontece no Sistema Único de Saúde em todo o País.
No
momento da abertura dos trabalhos, eu não estava aqui no Plenário, mas gostaria
de fazer uma referência à Tribuna Popular de hoje. O dia 12 de junho, que é
amanhã, Ver. João Carlos Nedel, é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho
Infantil. Outra coisa tão debatida como o SUS também é o trabalho infantil, que
acontece, infelizmente, em qualquer lugar, na nossa Cidade, no nosso Estado e
no nosso País principalmente. Temos
notícias muito fortes principalmente no Norte e no Nordeste, onde as crianças
são exploradas tremendamente. Mas não é só lá, não, aqui em Porto Alegre também.
Então, eu volto a frisar isso neste momento, já que já passou a Tribuna
Popular. Gostaria que ficasse nas nossas mentes não somente amanhã, dia 12, mas
em todos os dias da nossa vida, da nossa existência, para combatermos o
trabalho infantil.
Também estive na quarta-feira
passada, fazendo uma visita à EPTC, Empresa Pública de Transporte Coletivo,
onde fui atendido pelo Diretor, Sr. José Wilmar. Fui fazer algumas
reivindicações no que se refere aos “azuizinhos”, a sinalizações com relação a
quatro escolas da Cidade. Fui muito bem atendido pelo Sr. José Wilmar. E hoje
pela manhã já estiveram na frente da Escola Estadual Dr. Glicério Alves, da
Escola Evaristo Flores da Cunha, da Creche Materno Infantil Fofura e de outra
creche na Rua Adão Baino, onde o T4 passa em alta velocidade.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, saúdo V. Exª
pelo pronunciamento, mas, saindo um pouco do assunto, eu quero destacar que
moro em Porto Alegre desde 1961 e nunca tinha visto tanta chuva como vi ontem.
Parabéns à Administração Municipal, porque a Cidade, graças a Deus, não ficou
tão alagada, mesmo com aquela quantidade de água. A prova foi a realização do
jogo do Internacional. Sou grato a Vossa Excelência.
O
SR. MARIO FRAGA: Bem
lembrado, Ver. Ervino Besson, porque, se tivesse acontecido o caos, a crítica
já estaria acontecendo. Mas, graças a Deus, o DEP, Departamento de Esgotos
Pluviais... E eu já fiz aqui uma saudação ao Dr. Ernesto Teixeira, que não é do
nosso Partido, mas que tem tocado o DEP com grande valor, visto que os
alagamentos em Porto Alegre estão diminuindo. Mas, mesmo assim, com a chuva do
fim de semana, era presumível que pudesse ter alagamento em algum lugar da
Cidade, pois, nos últimos dois dias, choveu mais do que em todo o ano.
Na
semana passada, o Prefeito José Fogaça esteve na nossa região visitando o Clube
de Mães e a Sapolândia, que é uma comunidade que está quase abandonada lá no
Lami. O Prefeito foi lá para ver a rede d’água, a rede de esgoto e a
regularização daquela Vila. Também esteve no Túnel Verde 2, na Ponta Grossa, do
qual tanto falamos nos últimos dois anos. Hoje, Ver. João Carlos Nedel, o Túnel
Verde 2, este sim, deve estar embaixo d’água, Ver. Adeli Sell. São 98
famílias, e, se Deus quiser, a gente
vai fazer alguma coisa.
Eu
gostaria de lembrar também que, hoje à noite, para nossa felicidade, estaremos
recebendo em Belém Novo os Vereadores e as Vereadoras. O Orçamento
Participativo passa por lá hoje, pela nossa região, que tanto
precisa de suas obras, e nós, do Governo Fogaça, estamos aí sempre para tentar
melhorar, Ver. João Carlos Nedel, o Orçamento Participativo tão falado nesta
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrado o
período de Comunicações.
A Verª Maria Luiza está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde a
todos. Ao cumprimentar o Vereador-Presidente dos trabalhos, cumprimento todos
os Vereadores e Vereadoras desta Casa, nossos telespectadores e imprensa.
Eu não poderia deixar de trazer, mais uma vez, a
esta tribuna um tema de fundamental importância, de extremo significado para
todos nós, brasileiros: a CPMF - Contribuição Provisória sobre a Movimentação
Financeira. Todos nós, brasileiros, ao movimentar nossas contas bancárias -
entrada e retirada -, acabamos passando aos cofres públicos o percentual de
0,38, destinado ao gasto com a Saúde Pública. O imposto foi instituído, de
forma provisória, pelo ex-Ministro Jatene, da Saúde. A medida na época não foi
nada popular, mas foi convincente e rapidamente aprovada no Congresso com a
nobre missão de melhorar o atendimento na área da Saúde.
A proposta surgia, sim, como uma fonte de receita
alternativa. Até então, tudo na medida, mesmo se sabendo que, mais uma vez, lá
estávamos nós, cidadãos brasileiros, cumprindo com a nossa parte. Até aqui,
nada de mais, se realmente o percentual de 0,38% estivesse sendo aplicado na
Saúde Pública. Ocorre que, na realidade, nós, cidadãos, comuns, contribuímos, e
a arrecadação desse imposto não mais passa a ser alternativa para o Ministério
da Saúde, mas passa a ser compartilhada com 0,08% para o Fundo de Combate à
Pobreza e com 0,10% para a Previdência Social. Conseqüentemente, a destinação
inicial de atender a Saúde Pública fica comprometida, sim, pois, dos 32 bilhões
arrecadados em 2006, somente 14,3 bilhões foram investidos na área Saúde; o
restante, 17,7 bilhões, fez falta para a Saúde. Logo, os cidadãos que mais
precisam acabam, infelizmente, aguardando horas nas filas por um atendimento,
meses por um agendamento de consulta e, muitas vezes, se deparam, sim, com
ausência de medicação para problemas de saúde que requerem o contínuo uso da
medicação.
Recentemente, uma pesquisa apontou que 73% dos
brasileiros entrevistados são contra a CPMF. Na verdade, da forma como foi
criada, ela está distante de dar conta de alternativas que viessem a contribuir
para procedimentos de baixa, média e alta complexidade, sem contar que a
questão da Previdência Social no Brasil precisa ser discutida com mais seriedade,
pois de nada adianta utilizar 0,10% da CPMF para cobrir o déficit deixado por
um sistema previdenciário que necessita ser revisado, pois é crescente o número
de aposentados no Brasil. E estudos recentes mostram que, se nada for feito de
fato, a Previdência se tornará, em curto espaço de tempo, insustentável.
Precisamos atrair os trabalhadores avulsos para o vínculo previdenciário; esse
é apenas um dos itens importantes dentre tantos outros.
É muito bom ter direitos, mas também temos deveres.
Assim como os deveres servem aos cidadãos, os deveres também devem servir à
gestão pública no Brasil, onde realizam os ajustes que julgam necessários,
fugindo dos princípios que nortearam a criação desse tributo. Não tenho dúvidas
de que não existe oposição ao fato de que o valor arrecadado seja destinado à
Saúde. Acredito, sim, que isso, em muito, ajudaria, pois os que mais precisam
acabam horas nas filas, necessitando de medicações que muitas vezes não são
disponibilizadas de forma suficiente. Aguardam-se cirurgias, e a grande maioria
das Prefeituras acaba encaminhando os pacientes para serem atendidos nas
grandes Capitais, onde as estruturas são melhores, mas insuficientes para
atender o número elevado de pacientes.
Precisamos, sim, nos posicionar frente ao percentual
que não está sendo aplicado na Saúde, pois os Municípios encontram-se
amarrados, sem alternativas, e o povo, por sua vez, sem o atendimento digno a
que tem direito. Chegou a hora de dar um basta a essa perpetuação da CPMF. Estejamos atentos e nos posicionando,
pois o Governo já enviou ao Congresso uma Emenda que prorroga o tributo até
2011. Logo, diante de todas essas situações, convoco todos os Vereadores e
Vereadoras para se imbuírem da gravidade por que passa a Saúde Pública no
Brasil. Trata-se de um verdadeiro desrespeito à vida. E nós, que representamos
o povo, precisamos intervir no sentido de que não seja prorrogado esse tributo
com divisão, e sim uma destinação de integralidade cem por cento para a Saúde.
Muito obrigada a todos os Vereadores e Vereadoras e ao nosso Vereador que está
na presidência dos trabalhos.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1800/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no Município de Porto
Alegre, o Acampamento Farroupilha, a ser realizado anualmente, no mês de
setembro, determina à organização do Acampamento Farroupilha a edição anual de
seu regulamento e às entidades participantes a apresentação de projeto cultural
a ser implementado no período de sua realização, determina premiação para os
melhores projetos culturais apresentados e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2317/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/07, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Praça Júlio Marino de Carvalho o
logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça 7061 – Loteamento
Hípica Boulevard -, localizado no bairro Aberta Morros. (Este projeto com
parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 2553/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que altera a ementa e o art. 1º da Lei nº 9.222,
de 6 de janeiro de 2006, que institui, no Município de Porto Alegre, no período
de 08 a 14 de setembro de cada ano, a Semana Cidade Limpa, alterando o período
de realização do evento e estabelecendo seu objetivo.
PROC.
Nº 2604/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que oficializa, no Município de Porto Alegre, o Dia das Mães, a ser comemorado no
segundo domingo do mês de maio de cada ano, que passa a integrar o Calendário
Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.
PROC.
Nº 1348/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que altera os arts. 21, 34 e 35 da Lei
Complementar nº 170, de 24 de dezembro de 1987, e alterações posteriores,
desconsiderando como erro a diferença que não ultrapassar 3% (três por cento)
no volume de água medido pelo hidrômetro, obrigando o DMAE – Departamento
Municipal de Água e Esgotos – a creditar ao usuário o valor excedente cobrado
no período em que o hidrômetro tenha funcionado com defeito, determinando a
cobrança de água consumida e de captação de esgoto sanitário de acordo com o
uso do serviço e proibindo a cobrança da tarifa de esgoto sanitário aos usuários
que não possuam rede pública cloacal à sua disposição, e revoga os arts. 2º e
4º da Lei Complementar nº 206, de 28 de dezembro de 1989, excluindo a cobrança
e o repasse da tarifa de esgoto decorrente do uso da rede pluvial para
esgotamento sanitário.
PROC.
Nº 2729/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que concede o título honorífico de Cidadão de
Porto Alegre ao Irmão Joaquim Clotet Martí.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 1763/07 - PROJETO RESOLUÇÃO Nº 041/07, de autoria da Verª Maria
Luiza, que altera o § 2º do art. 170 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de
1992, e alterações posteriores, que aprova o Regimento da Câmara Municipal
Porto Alegre, concedendo à Comissão, na impossibilidade de manifestar-se quanto
à emenda durante a suspensão dos trabalhos, prazo para a emissão de parecer e
excluindo a possibilidade da dispensa de envio das emendas para apreciação por
essa Comissão.
PROC.
Nº 1841/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 063/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que acrescenta art. 11-A na Lei nº 2.758, de 4
de dezembro de 1964, e alterações posteriores, e art. 3º-A na Lei nº 3.790, de
5 de setembro de 1973, e alterações posteriores, e altera o art. 6º da Lei nº
4.187, de 26 de novembro de 1976, e alterações posteriores, obrigando a
instalação de condicionadores de ar nos veículos que vierem a ingressar no
sistema de transporte público de passageiros por ônibus, táxi ou lotação no
Município de Porto Alegre e dando outras providências.
PROC.
Nº 2218/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui, na rede pública municipalizada do Sistema
Único de Saúde (SUS), a obrigatoriedade da disponibilização do exame de dosagem
sérica do antígeno prostático específico (PSA) a todo cidadão com mais de 40
(quarenta) anos de idade e dá outras providências.
PROC.
Nº 2503/07 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/07, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o art. 50 da Lei Complementar nº 170,
de 31 de dezembro de 1987, e alterações posteriores, que revoga a Lei
Complementar nº 32, de 07/01/77, estabelece normas para instalações
hidrossanitárias e serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento
sanitário prestados pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos, e dá outras
providências, reduzindo os valores percentuais para a cobrança de multa e juros
de mora na falta de pagamento das contas.
PROC.
Nº 2156/07 - PROJETO RESOLUÇÃO Nº 046/07, de autoria da Verª Margarete
Moraes, que institui o Projeto Cultural 2007 – Duzentos Anos do Parque
Farroupilha, alusivo à comemoração dos duzentos anos da doação, pelo Estado do
Rio Grande do Sul, de área verde ao Município de Porto Alegre, destinada à
instalação do Parque Farroupilha, e dá outras providências. Com Emendas nºs
01, 02 e 03.
PROC.
Nº 2741/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/07, de autoria do Ver. Claudio
Sebenelo, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Maria
Célia Jardim Porto.
4ª SESSÃO
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero
fazer uma análise do PLL nº 058/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
Ele deseja instituir o Acampamento Farroupilha e determina regras para a sua
organização, como período de duração e como deve ser feito. Eu acho que o
Projeto é bom, mas ele deve ser bem estudado, porque poderíamos fazer um
aproveitamento muito melhor da proposição do Ver. Bernardino Vendruscolo.
Mas
eu gostaria de recomendar a todos os meus Pares que lessem as dez páginas da
Exposição de Motivos do nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, para conhecer um
pouco melhor a Revolução Farroupilha. Eu vou ler uma frase que eu até acho
atual, numa proclamação de Bento Gonçalves, quando ele diz (Lê.): “O Governo de
sua Majestade Imperial, o Imperador do Brasil, tem consentido que se avilte o
Pavilhão Brasileiro por uma covardia repreensível, pela má escolha dos seus
diplomatas e pela política falsária e indecorosa de que usa para com as nações
estrangeiras”. Olhem a Petrobras na Bolívia, as dívidas que foram perdoadas
pelo mundo afora e as coisas que estão acontecendo por aí. “Tem feito tratados
com potências estrangeiras contrários aos interesses e dignidade da Nação. Faz
pesar sobre o povo gravosos impostos e não zela pelo dinheiro público...”. O
Governo Federal recebe de impostos 40% do que nós gastamos, e aí nós
distribuímos “mensalões”, “sanguessugas” e tantas outras trocas de votos e de
Partidos, patrocinados com dinheiro público, com emendas que são realmente
gravosas para o povo, que tem que pagar imposto. “Faz leis sem utilidades
públicas” - todos os dias, nós temos Medidas Provisórias - “e deixa de fazer
outras de vital interesse para o povo; não administra as províncias
imparcialmente” - o Rio Grande do Sul sofre enormemente na indústria do calçado
e na indústria moveleira, e o nosso Presidente está muito pouco preocupado: vai
ver a partida da Seleção Brasileira na Inglaterra, depois dá umas voltas por
aí, procurando um lugar de mais destaque para o País na Organização das Nações
Unidas.
A
Verª Neuza Canabarro apresenta um Projeto de Lei em relação ao esgoto,
entendendo que ele deva ser medido. E eu não sei como é que o esgoto possa ser
medido. Ao mesmo tempo que propõe alterações, quando ultrapassar diferenças de
3% do volume de água medido pelo hidrômetro, o hidrômetro terá que estar em más
condições para que não funcione bem, pois aí eu saberei se ultrapassou ou
deixou de ultrapassar.
(O
Ver. Adeli Sell solicita um aparte.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver.
Adeli Sell, eu gostaria de dar aparte a V. Exª, mas o meu tempo se encerra, e
eu não tenho como fazê-lo.
De
qualquer forma, eu acho que as medidas aqui propostas pela Vereadora podem ter
muito boas intenções, mas são de bastante dificuldade para o DMAE. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. João Carlos Nedel; Vereadores e Vereadoras, tal qual fez o
Ver. João Dib, eu também vou fazer, até pelo comportamento inadequado da
Presidência neste momento, já que o Ver. Dib me deu um aparte, e V. Exª não
abriu o som. O que eu queria discutir é que o Ver. Dib...
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Só
um instantinho, Vereador. Esta Presidência está sendo advertida indevidamente,
o Vereador não lhe deu o aparte, por isso eu não abri o microfone. E só abro o
microfone depois que o Vereador permite o aparte. Portanto V. Exª está sendo
injusto com esta Presidência.
O
SR. ADELI SELL: Então,
V. Exª desconte também os minutos que roubou de mim, que não tem nenhum
problema.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Como
é que é?
O
SR. ADELI SELL: Vossa
Excelência roubou uma parte do meu tempo.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Peço,
por gentileza, que retire o termo “roubou”.
O
SR. ADELI SELL: Então,
V. Exª tirou uma parte do meu tempo, e eu gostaria que houvesse uma recuperação
desse tempo, porque, afinal de contas, a tribuna é livre ou não é?
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel):
Vereador, V. Exª não pode desrespeitar esta Presidência. Por favor, por favor!
O
SR. ADELI SELL: Eu não
estou desrespeitando. O problema, Ver. Nedel, é que V. Exª quer determinar o
que eu posso ou não falar. O Ver. Dib fez uma alocução de Liderança no período
de Pauta. Mas eu vou discutir o Projeto do Ver. Bernardino com todas as
idiossincrasias que ele levanta, porque quero continuar o debate que houve hoje
na Mesa com as Lideranças sobre o Projeto.
Eu
lhe dizia, Ver. Bernardino, que não basta apenas termos um prêmio específico
para a questão da cultura gaúcha, como não basta também - eu lhe disse e
reafirmo aqui - ter uma semana, um mês de Acampamento Farroupilha. O que nós
precisamos, Ver. João Dib, é resgatar os valores formadores, fundantes, do Rio
Grande do Sul, com suas contradições, porque, inclusive, o Dia 20 de Setembro é
um dia de derrota para nós, e nós o transformamos como se virássemos a mesa de
ponta-cabeça, transformamos essa data num elemento positivo, atualmente é
positivo. Então nós temos que discutir essas questões, caso contrário, vamos
ficar aqui num debate superficial sobre o que precisamos na cidade de Porto
Alegre.
Quando
o Sindicato da Hotelaria e da Gastronomia veio aqui apresentar um estudo que
fez de Porto Alegre, o que nós verificamos foi que Porto Alegre, a Capital, não
se assume como a Capital dos gaúchos. Nós, na verdade, nos assumimos como a
Capital dos gaúchos no mês de setembro ou na Semana Farroupilha. Então, Ver.
Bernardino, o seu Projeto vai ensejar um debate mais aprofundado, inclusive, em
todas as Comissões por onde passar, porque alguns, eu já quero lhe avisar, na
Comissão de Constituição e Justiça, vão dizer que é inconstitucional; o senhor
se prepare, portanto, para fazer a sua defesa. Quando chegar à Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento, eu quero pedir uma oitiva de V. Exª para tratar
do reflexo, no turismo, dessa questão do nativismo, do gauchismo, do
tradicionalismo, do movimento disso, do movimento daquilo em defesa da cultura
do Rio Grande do Sul.
Então,
Ver. João Dib, no aparte que eu queria lhe fazer, eu queria tentar dialogar,
mas fui impedido pelo Vereador que estava presidindo os trabalhos.
(A
Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu quero pedir
mil desculpas a V. Exª, porque eu ouvi soar o relógio e imaginei que estava se
encerrando o tempo, mas havia sido o primeiro toque. Vossa Excelência sabe que
sempre enriquece os meus pronunciamentos.
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte?
O
SR. ADELI SELL: Indiscutivelmente.
Como o Ver. Nedel quer fazer uma Frente de Turismo, e nós estaremos juntos, eu
não esperava esse tratamento hoje do Vereador, de cortar a possibilidade de um
diálogo, para que a gente discuta. O senhor, que tanto reclama que há
facciosismo aqui, não deixou que o debate fluísse. Mas eu, que sou democrata -
não do Partido daqueles -, democrata por natureza, lhe dou um aparte.
O
Sr. João Carlos Nedel:
Agora ficou esclarecido que eu não lhe impedi o aparte, foi o Vereador que não
lhe deu.
O
SR. ADELI SELL: O senhor
poderia ter ligado o microfone, o senhor está fazendo jogo de cena! Não é
preciso fazer jogo de cena aqui, afinal de contas nós estamos numa Casa
democrática, civilizada, não podemos perder o humor tão facilmente assim!
Afinal de contas, não está em jogo todo o futuro de Porto Alegre, nós estamos
discutindo um Projeto que o Vereador, que tem uma preocupação com a cultura do
nosso Estado, está nos colocando para debate.
Eu
quero, Ver. Bernardino, como lhe disse hoje de manhã, na reunião das
Lideranças, continuar fazendo esse debate, até porque eu creio que, com a
medida correta que a Mesa tomou de liberar este plenário uma vez por ano para
que um Vereador possa fazer um grande evento, este plenário vai ser palco de
grandes debates sobre o futuro do Rio Grande do Sul. Eu, por exemplo, usarei o
meu tempo, o meu espaço, para fazer um debate sobre a economia sustentável do
futuro de Porto Alegre, a Capital turística e cultural do Mercosul, que poderia
ser, não é, mas um dia será. Será pela ação da sua cidadania, pela ação desta
Câmara de Vereadores, porque aqui nós temos atitude, aqui nós temos ousadia,
nós não vamos ficar no atraso, na mesmice, discutindo sempre as mesmas coisas,
não expondo as coisas, debatendo aqui e votando. E, nessa disputa, sem dúvida
nenhuma, boas proposições sairão. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Verª
Maria Celeste, nossa Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras, eu quero
também, como na Sessão passada, fazer o debate sobre o Projeto da Verª Neuza
Canabarro com relação à tarifa de esgoto na nossa Cidade - o Projeto não trata
só dessa questão, ele é mais amplo, refere-se também à questão da cobrança de
água quando há erros. Quero pegar esse tema, porque ele se refere a não
permitir a cobrança do esgoto cloacal quando não há rede do cloacal na frente
da residência, e eu creio que esse é um tema importante, porque, como já me
referi na Sessão passada, há regiões na nossa Cidade que ainda não receberam a
rede de coleta do esgoto cloacal, que é a rede executada pelo Departamento
Municipal de Água e Esgotos. Enquanto isso for uma realidade, as casas serão
esgotadas do seu esgoto sanitário através da rede de drenagem, da rede do
pluvial, a rede que é executada e administrada pelo Departamento de Esgotos
Pluviais, o DEP. E é sabido que a presença do esgoto sanitário ou do esgoto cloacal
nessa rede do DEP faz com que a vida útil dessas canalizações seja reduzida.
Ora,
se a Cidade está tendo um serviço que não é, digamos assim, ainda o ideal, mas
que é um bom serviço prestado pelo Departamento de Esgotos Pluviais, que faz
com que haja necessidade de um investimento maior daquele Departamento, nada
mais justo do que, enquanto não chega a rede do DMAE, a rede de manilha, de
15cm ou 150mm, como se diz também, que o Departamento de Esgoto Pluvial seja
remunerado por esse trabalho, para cobrir os investimentos, repito, que serão
mais amiúde em face do esgotamento do esgoto cloacal dessa rede do DEP. E a
experiência desse ex-Diretor do DMAE, que também foi Secretário de Obras e
Vereador durante alguns anos desta Cidade, é que ninguém se queixa dessa
cobrança, as pessoas se queixam, sim, quando não existe rede nenhuma na frente
de sua casa, e elas pagam. Acontece aqui, acolá, algum erro de relacionamento
entre esses dois Departamentos, mas é muito raro, e logo se corrige isso. Na
maioria das vezes, o cidadão sequer sabe através de qual rede o esgoto
sanitário da sua casa é retirado. Então, não é um problema da Cidade. E
acrescento que, se de fato chegarmos ao ponto de essa tarifa repassada pelo DEP
não existir mais, nós vamos, com certeza, retirar 40%, 50% da receita do DEP,
do Orçamento do DEP hoje. Portanto, o Executivo Municipal teria que cobrir essa
falta de recursos tirando de um outro local que eu não sei qual seria.
O
outro Projeto que quero também comentar é o do Ver. Professor Garcia que
determina que todos os ônibus a entrarem no sistema do transporte coletivo da
nossa Cidade venham com ar-condicionado. Eu concordo plenamente com o Vereador,
até porque muito do que estava sendo feito na Administração Popular,
principalmente a última, de a cada compra de novos veículos, com destaque para
a CARRIS, isso parou. A última compra de ônibus da CARRIS foi um grande
retrocesso para o transporte público da Cidade: os ônibus vieram menores,
vieram com os assentos de um material muito desconfortável, com motores na
parte dianteira, dentro, ao lado do motorista! Antes os motores eram lá fora,
atrás, portanto com menos ruído para o motorista e para os passageiros. É uma
situação de 15 anos, 20 anos atrás, retrocedeu!
Então,
eu quero concordar com o Projeto do Ver. Professor Garcia, mas ele pode falar
com o Sr. Prefeito, com o Secretário dos Transportes, que a gente nunca vê - é
difícil ver o Secretário dos Transportes desta Cidade -, que ele já mandasse,
porque é só uma decisão administrativa, praticamente. Mas a gente vai concordar
com o Projeto dele. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. MARGARETE MORAES:
Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Vereadoras e Vereadores, senhoras e
senhores, neste ano esta Casa tem como pauta principal a análise do Plano
Diretor. Eu sou uma pessoa extremamente ligada às Áreas Especiais de Interesse
Cultural e quero dizer que concebo a Cidade como uma própria elaboração
cultural que se move, que é dinâmica, que muda, e é preciso sempre
compatibilizar o novo, o moderno, o contemporâneo, o progresso com aquilo que é
existente, com a nossa identidade cultural. Essa busca das raízes que também se
move, a feição, qual é o perfil, qual é o rosto de Porto Alegre, tudo isso é
uma busca constante. Nós poderíamos dizer, hoje, que ela deve manter a sua
coerência em ser uma Cidade plural que foi originária de mais de vinte e cinco
etnias. É uma Cidade um pouco provinciana, um pouco cosmopolita. Isso não é nem
um defeito, nem uma qualidade, Ver. Bernardino; é um jeito de ser que merece
ser respeitado e preservado.
Por
isso estou oferecendo a esta Casa um Projeto: o Projeto Cultural 2007 -
Duzentos Anos do Parque Farroupilha, alusivo à comemoração dos 200 anos da
doação da área ao Município de Porto Alegre, quando foi doada para a Cidade
essa área verde destinada à instalação do Parque Farroupilha, e dá outras
providências. Quero, sobretudo, conscientizar a população de Porto Alegre do
significado real e do significado simbólico daquele Parque sob vários pontos de
vista. Do ponto de vista ambiental, é o pulmão de Porto Alegre. Eu acho que
essa área é maior, proporcionalmente, que a área do Central Park, em Nova York.
Do ponto de vista cultural, é um espaço de convívio, um espaço de lazer, onde
as pessoas se encontram, onde as pessoas caminham, andam de bicicleta, fazem
seus exercícios, não apenas nos fins de semana, mas durante toda a semana. Nos
fins de semana, nós temos as feiras: a feira ecológica, a feira do artesanato e
de arte, uma proposta do Ver. Aldacir Oliboni; a feira de artesanato do
domingo, o Brique, que, como já falei aqui, foi uma criação, uma belíssima
inspiração do Prefeito Villela, e que se foi qualificando, até de uma maneira
espontânea. Nos fins de semana nós podemos ver os clowns, os poetas, os
palhaços, grupos populares que se apresentam no Brique da Redenção, como aquela
figura que nos brinda com música tendo como instrumento apenas uma folha. São
personagens, artistas populares importantes da nossa Cidade. Eu quero falar
também no lago, no Café do Lago, naquela que eu considero a mais bonita
escultura da Cidade, o “Gaucho”, uma homenagem da cidade de Montevidéu à
cidade de Porto Alegre, à figura do gaúcho, uma homenagem a este sul da América
do Sul.
Portanto, o Projeto prevê uma programação que
envolva esta Casa, que pode envolver o Executivo, para divulgação, difusão,
sobretudo para a conscientização da importância do Parque Farroupilha na cidade
de Porto Alegre. Obrigada, Verª Maria Celeste.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, eu queria dar os parabéns à
Verª Margarete Moraes pelo magnífico Projeto. Às vezes as pessoas confundem a
importância do Estado com os seus sucessos bélicos. O Rio Grande do Sul não é
importante por ter ganho ou por ter perdido a Revolução Farroupilha, Ver.
Vendruscolo; o Rio Grande do Sul é importante porque isso é um símbolo de uma
população altaneira, pacífica, até o dia em que, como dizem os gaúchos da
Fronteira, “pisarem no seu poncho”. E essas lembranças que um grupo de meninos
que eram alunos do Colégio Julio de Castilhos transformaram no Movimento
Tradicionalista Gaúcho... Eles nunca pensaram que aquele movimento teria esta
importância, não só a importância tradicional, a importância dos costumes, da nossa música
extraordinária, da beleza da nossa dança, da sua coreografia inédita, mas
também pela forma de solucionar os nossos conflitos sociais devidos às perdas
que a história nos legou e que trouxeram um rearranjo das nossas sociedades.
No
século passado, proliferaram na cidade de Porto Alegre os clubes, clubes que se
tornaram tradicionais, e hoje alguns três ou quatro são megaestruturas; outros,
Ver. Danéris, diminuíram de tamanho, como o Petrópole Tênis Clube e o Grêmio
Náutico Gaúcho, mas são clubes ainda importantes para a classe média. Mas a
classe pobre, que encontrou na música campeira, no cultivo de hábitos, tendo o
cavalo como meio de transporte e principalmente todo um acervo e um legado
cultural fantástico, fez com que surgissem os chamados centros de tradição
gaúchos, que hoje são verdadeiros clubes. Só nesse fim de semana, os cento e
poucos CTGs na cidade de Porto Alegre estavam absolutamente lotados, cada um
com quatrocentas, trezentas, duzentas pessoas, como eu fui, Verª Maristela, lá na Lomba do Pinheiro para
a gente confraternizar com o João, lá no seu CTG, e ele inclusive me quer muito
bem. Nós fomos a um outro CTG, em outro ponto da Cidade, em que havia
quatrocentas pessoas reunidas, e nesses locais essas pessoas encontram a
alegria, a dança, o convívio e atividades sociais e culturais que se tornaram
uma outra forma de vida, uma outra forma de associação, uma outra forma de
convívio pacífico. Lá não há a droga, lá não há a rixa, o crime ou o tráfico de
tóxico. Lá nós podemos deixar os nossos filhos que eles vão gozar de um dos
melhores ambientes que se conhece.
Por isso a tradição gaúcha merece esse tratamento,
Ver. Vendruscolo, do seu Projeto magnífico sobre o Acampamento, com, inclusive,
concursos, premiações, em todas as áreas da arte gaúcha. Também quero saudar a
valorização desse Acampamento, o cuidado que se deve ter com ele, e,
principalmente, nós conseguimos, na cidade de Porto Alegre, trazer um público
muito maior para a Parada de 20 de Setembro do que para a Parada de 7 de
Setembro. Nenhum de nós deixou de ser brasileiro, não, ao contrário, amamos o
nosso País, mas o Rio Grande cresceu imensamente na sua história, trazendo do
passado os melhores exemplos altaneiros, de dignidade, de honra, não como um
adereço, mas como alguma coisa saída de dentro do coração do gaúcho.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrado o
período de discussão preliminar de Pauta.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª
Presidente, Verª Maria Celeste, na
pessoa de V. Exª cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa;
público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores,
venho hoje a esta tribuna em tempo de Liderança do meu Partido, o PDT - Bancada
composta, nesta Casa, pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino
Besson, Mario Fraga e por este Vereador -, tratar de um tema que tem sido
freqüentemente colocado na mídia, inclusive, com opiniões diversas, que é
justamente uma das pautas do Congresso Nacional: a Reforma Política.
Inicialmente, quero-me manifestar no sentido de,
com veemência, colocar a minha preocupação no que diz respeito à eleição por
listas. Primeiro, porque nós sabemos que a eleição por listas vai,
obrigatoriamente, trazer um
critério a ser seguido. E, na política, nós sabemos que os critérios, às vezes,
tendem para aqueles que têm mais força, mais articulação e, muitas vezes - nós
que somos jovens, estamos iniciando a nossa caminhada -, para aquelas pessoas
que têm mais antiguidade, que advêm de uma caminhada mais longa na política,
pessoas que acabam se sobressaindo nas funções internas partidárias. Na
realidade, a lista, como está sendo proposta - ainda não está bem clara a
classificação dos critérios -, parece-me que traz um impedimento àquelas
pessoas que estão querendo iniciar a sua caminhada na vida política, porque,
infelizmente, vai prevalecer a antiguidade. A lista trará, por exemplo, os
resultados eleitorais das eleições anteriores como um critério para aquele ou
aquela figure mais acima do topo; trará outros critérios, talvez até critérios
que digam respeito à estrutura partidária. E nós sabemos que as estruturas
partidárias no Brasil - aí não falo só do meu Partido, mas de muitos Partidos
-, os próprios diretórios municipais, fundamentalmente, vêm, às vezes, de uma
sucessão de nomeações, de prorrogações de mandatos; as regras internas
eleitorais, às vezes, não são bem claras: por vezes, os Partidos realizam
eleições diretas, por outras vezes, eleições por membros, por delegados.
Então,
nós teremos que fazer uma consulta profunda a respeito desse tema, mas,
fundamentalmente, gostaria de destacar aqui o problema das listas, uma
preocupação que tenho com relação a essa mudança que pode vir e que ainda se
torna mais grave quando se fala em unificação dos anos eleitorais. Se nós
tivéssemos todas as escalas - federal, estadual e municipal - com eleições
realizadas no mesmo ano, como ficariam os avanços daqueles que pretendem... Nós
sabemos que o primeiro degrau de uma caminhada política, para muitos, é a candidatura
a Vereador, o mandato de Vereador, para depois, então, almejar um mandato e
buscar a responsabilidade de estar à frente de uma Assembléia Estadual ou da
Câmara de Deputados. Como ficaria, em um mesmo processo, nós termos a eleição
municipal, estadual e federal e, além de tudo, elencada por lista? Essa é a
preocupação que trago a esta tribuna,
nesse período de Liderança.
Por
fim, quero trazer a questão do financiamento público das campanhas eleitorais.
Nesse final de semana, eu li no jornal uma matéria em que o nosso colega do
movimento estudantil, Sílvio Ribeiro, Presidente da União Estadual de
Estudantes do Rio Grande do Sul, comparava o financiamento público com um
condomínio, em que os condôminos tirariam recursos do condomínio para investir
na eleição de síndico. Então, o recurso que deveria estar sendo investido no
condomínio, ou, entre aspas, o recurso que estaria sendo investido pelo Estado,
nos três níveis da Federação, seja em Saúde, Educação, Segurança, Habitação,
saneamento, estaria sendo deslocado - não importa em que valor ou em que
percentual - dessa estrutura para o pagamento ou financiamento das campanhas
eleitorais. Nós sabemos que, indiretamente, muitas vezes, infelizmente, acaba
sendo mesmo pago com o dinheiro público todo o processo eleitoral. Mas fica
essa indagação, acho que esse exemplo do nosso acadêmico Sílvio Ribeiro é
interessante, porque ele faz uma comparação.
E
essas questões todas estão aí com diferentes opiniões, inclusive, opiniões
muito antagônicas, mas é importante que nós façamos um exercício. E eu, neste
momento, me manifesto não em nome da Bancada, mas em Comunicação de Líder,
preocupado com as articulações que caminham no sentido dessas mudanças. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, Verª Neuza, colegas Vereadores, Vereadoras, os Governos, se
quiserem se fazer respeitar, devem respeitar; respeitar o Parlamento em primeiro
lugar, responder aos Vereadores e às Vereadoras. Sorte tem o Ver. Besson que é
ouvido na EPTC, e ele deve ser a grande exceção, Ver. Bernardino, deve haver
algum milagre, porque para falar com o Sr. Senna é uma impossibilidade. Para
falar com a EPTC é uma impossibilidade! Os e-mails que eu recebo dizem
que o 118 deixa todo mundo pendurado no pincel. Eu fiz um Pedido de Informações
que vou levar ao Ministério Público, porque o Secretário Senna não tem coragem
de responder.
Um
Governo para ser respeitado precisa respeitar, como, por exemplo, o que me
passaram às mãos os feirantes do terminal da Praça Rui Barbosa. Tenho aqui uma
carta de apoio da Associação dos Produtores de Hortigranjeiros da Ceasa; de um
condomínio que fica ao lado da Praça Rui Barbosa, com a assinatura de todos os
condôminos, são mais de mil assinaturas. Ver. Garcia, eu já solicitei uma
reunião na CEFOR para que possamos entregar isso - na frente dos Vereadores,
todos vendo, sendo filmado - para o Secretário Cecchim, do qual não quero fazer
queixa, porque ele tem, em regra geral, atendido a gente, mas alguns setores
ele também não tem atendido. Por isso, eu vou me obrigar a pedir uma reunião na
Comissão de Economia, Ver. Dib. Estou fazendo esse pedido porque quero entregar
este calhamaço, que é a voz do povo de Porto Alegre que demanda, que quer ser
ouvido, e o Governo, para se respeitar, tem que respeitar os outros.
Ver.
Danéris, V. Exª levou ao conhecimento do Ministério Público o funcionamento do blog
do Prefeito. O blog do Prefeito é um “dois em um”: dentro do blog
tem um fotolog, com mais de 50% das fotos apenas do Sr. Prefeito
Municipal. Seria bom a gente dar uma olhadinha e ver como está funcionando a
Comunicação da Prefeitura, se está apenas divulgando a questão do Prefeito. A
Prefeitura tem que falar em nome de Prefeitura, e não é deste Governo ou
daquele Governo, tem que falar das obras da Prefeitura. Então, Ver. Danéris,
nós esperamos do Ministério Público, que está sempre atento... Por sinal,
respondeu-lhe também sobre a questão do Plano Diretor, e está todo o processo
numa única Promotoria. No sábado vamos estar na Audiência do Plano Diretor
muito atentos às questões da nossa Cidade.
Eu
não posso aceitar o que foi dito há pouco aqui sobre as enchentes, sobre a
chuva do final de semana. Eu seria hipócrita se viesse aqui fazer cobranças que
eu não pudesse cumprir se fosse Governo. O Ver. Guilherme Barbosa, da minha
Bancada, foi Secretário de Obras e sabe o quanto é importante, o quanto é
difícil manter uma cidade. Mas vir aqui dizer que este final de semana foi uma
maravilha, que o DEP atendeu, que o DMAE funcionou como uma maravilha...! É um
escândalo dizer isso para nós aqui, como se algum telespectador acreditasse
nisso! Foi uma chuva incomum, teve problemas. A Bancada de oposição não está
aqui para fazer cobranças daquilo que não se pode fazer num dia desses, mas não
aceita que se venha aqui fazer demagogia, como faziam com o nosso Governo.
Qualquer chuva que dava, qualquer enchente que tinha, era um escândalo! Nós não
vamos vir hoje aqui cobrar nada, absolutamente nada; apenas vamos nos contrapor
a essa demagogia que é feita aqui, como se o mundo fosse perfeito em Porto
Alegre. Não é perfeito, temos muitos problemas, sim! Nós temos levantado, temos
apontado caminhos, temos ajudado com o voto da oposição, inclusive para que se
abrisse o diálogo com a Prefeitura e os servidores. Não está aqui um bando de
nove sectários da oposição: estão aqui nove responsáveis Vereadores que cuidam
de Porto Alegre; cuidaram ontem, cuidam hoje e cuidarão amanhã,
independentemente de ser Governo, assim é que se faz responsabilidade. Agora,
demagogia!? Desculpem-me, é inaceitável, intolerável entre nós aqui, Pares da
democracia ou, pelo menos, que tentamos fazer democracia. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a euforia
do Ver. Adeli Sell é fácil de ser avaliada quando nós, com calma, observamos o
que ele falou aqui da tribuna em resposta àqueles que falaram anteriormente.
Não haveria necessidade nenhuma de o Vereador falar com tamanho entusiasmo, se
nós analisarmos os fatos. É que o Vereador é por si só espontâneo, e ele, mais
uma vez, com todo o respeito, extrapolou aqui desnecessariamente.
Mas,
Ver. Adeli Sell, eu também venho a esta tribuna só para... Não é fazer defesa
do nosso Projeto, mas tentar, ao menos, fazer um contraponto - para não dizer
uma correção - àquilo que V. Exª falou nesta tribuna. Falou que nós não
deveríamos comemorar o 20 de Setembro como vitória, e sim como derrota. Eu vou
me limitar, Vereador, a fazer uma leitura breve de parte do Tratado de Ponche Verde,
no qual, de um lado, Duque de Caxias representava os imperiais, e, de outro,
David Canabarro representava os republicanos. Veja bem V. Exª, que diz que nós
não deveríamos comemorar uma vitória, e sim uma derrota. O primeiro item: “O
Império pagaria as dívidas do governo republicano”. Perdedor não recebe nada do
ganhador. Segundo: “Os oficiais republicanos são incorporados ao Exército
brasileiro”. Veja só! Outro item: “Eram declarados livres todos os escravos que
tinham lutado nas tropas republicanas”. Por que motivo, Vereador? Outro:
“Seriam devolvidos todos os prisioneiros de guerra”. Por que motivo, Vereador?
Outro: “Foram elevadas as taxas alfandegárias para importação do charque
estrangeiro”. Um dos principais motivos da Revolução Farroupilha foi que o
Império nada fazia para conter a importação do charque que vinha da Região do
Prata, e aqui, em uma das condições do Tratado, o Governo aumentava os impostos
de importação.
Então,
com todo o respeito, não precisaria nem fazer muito discurso nesta tribuna para
fazer essa defesa. Tão-somente fazendo essas leituras acho suficiente para o
Ver. Adeli se convencer de que nós não comemoramos derrota. Eu nem diria muito
que é vitória; nós comemoramos é o nosso grau de civismo, porque presenciamos,
naquela epopéia, uma briga de irmãos, uma briga de gaúchos, em que, de um lado,
estavam os republicanos e, de outro, os imperiais. Apesar das mortes, de tudo o
que tivemos, sobrou-nos, acima de tudo, Ver. Adeli e demais que nos assistem,
um pouco mais de civismo, porque, se o povo gaúcho hoje tem uma cultura
própria, isso advém daquela época, uma época em que, podemos dizer hoje,
aqueles brasileiros que moravam aqui no Sul, assim como defendiam as suas
convicções, defendiam as nossas fronteiras. E, se naquele momento assinaram o
Tratado de Ponche Verde, foi porque se avizinhava uma revolução, uma guerra bem
maior, que todos nós sabemos, e num segundo momento o Brasil esteve junto em
defesa de todo o nosso território demarcado.
E
aí, Ver. Adeli, há que se registrar, por esses republicanos, que muitos moravam
na região de fronteira, e aqui, quando nós todos os dias vimos nesta tribuna
fazer defesas de projetos e de idéias, enfim, muitas vezes nós esquecemos, Ver.
Elói Guimarães, que aqui nesta tribuna está escrito “Porto Alegre, a mui
valorosa”. E há que se fazer este registro, porque esta Cidade foi tomada, num
primeiro momento, pelos republicanos, retomada pelos imperiais, e nunca mais os
republicanos conseguiram retomar. Então, Porto Alegre guarda essa
particularidade: enquanto outras cidades do Interior, em determinados momentos,
estavam tomadas por um lado e por outro, Porto Alegre resistiu e foi
praticamente, durante toda a Revolução, administrada e defendida pelos
imperiais.
Mas
o nosso Projeto visa a dar um regramento para o Acampamento Farroupilha,
valorizando essa idéia do nosso Prefeito José Fogaça de premiar todos aqueles
acampados, que hoje, para acamparem, precisam apresentar um projeto cultural.
Este é o nosso objetivo, e eu agradeço o apoio dos Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, lendo sempre a “Conversa sobre Política”, do
Rubem Alves... (Lê.) “Meditando um pouco sobre a sabedoria nasal de
Shakespeare, observei que à palavra ‘podre’ falta a precisão necessária. Há o
podre das laranjas, o podre das madeiras, o podre dos peixes, o podre da
carniça: todos esses são podres exteriores a nós. Mas há um ‘podre’
inconfundível, repulsivo: o podre que nos informa da decomposição que acontece
dentro das nossas próprias entranhas. O ‘algo de podre no reino da Dinamarca’
nos informa da decomposição que está acontecendo nas próprias entranhas da vida
política.”
Eu
vou fazer agora uma manifestação que é do PCdoB, quero deixar claro... Infelizmente, tenho que usar este espaço,
porque contra o PCdoB foi feito esse ataque. Portanto não é nada contra a
Bancada do Partido dos Trabalhadores e muito menos ao Partido dos
Trabalhadores. Mas quero me dirigir ao Líder da Bancada do PT, e sabemos que
essa posição é apenas dele. Portanto, faço-me aqui cumprir, Srª Presidenta,
esta incumbência do meu Partido, o PCdoB.
O
Ver. Adeli Sell, ao avaliar as negociações de alianças - e é da democracia -
para a disputa da sucessão municipal de Porto Alegre nas eleições do ano que
vem, considerou provocação a indicação do Deputado Estadual Raul Carrion, do
PCdoB, como Vice da candidatura petista. Diz o Ver. Adeli Sell: “Carrion é um
militante de base, atuante no movimento comunitário, porém não é homem de
Executivo e não tem o menor perfil para a eleição majoritária.”
Ver.
Adeli Sell, V. Exª sabe que faz parte do jogo político conversar com outras
forças políticas. Mesmo quando se pretende ou quando já se tem uma candidatura
própria – aliás, o próprio PT terá seu candidato - se conversa com outros
Partidos. Portanto o Ver. Adeli Sell, quando diz que o PCdoB não está sendo
sincero nesse caso, muito menos o PT. É uma contradição, e eu não acredito ser
essa a posição do PT, e já manifestei isso.
(Lê):
“O PCdoB lamenta a atitude desrespeitosa do Ver. Adeli Sell, que parece não
considerar o direito do Partido em posicionar-se de forma independente frente
às eleições do próximo ano. O PCdoB trabalha, sim, com a possibilidade de
lançar o nome da Deputada Federal Manuela d’Ávila como alternativa à Prefeitura
da Capital. Para isso, busca alianças com os Partidos da base de sustentação do
Governo Lula, incluindo-se aí o PT. O Deputado Raul Carrion é uma das
principais Lideranças do PCdoB, com grande densidade eleitoral em Porto Alegre
e, pela sua trajetória e capacidade, tem condições de ocupar qualquer cargo na
esfera executiva, embora o Partido não tenha feito qualquer indicação do seu
nome para composição de chapa visando à eleição de 2008. Beto Rivera,
Presidente Municipal do PCdoB em Porto Alegre.”
Portanto,
senhoras e senhores, essa é a posição do PCdoB, e esperamos sinceramente que o
Ver. Adeli Sell, por ser um companheiro da mesma luta que nós travamos,
reconsidere a sua posição e externe isso publicamente, talvez não no dia de
hoje, mas assim que for possível.
Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste. Prezada Verª
Maria Celeste, Presidenta desta Casa, ocupo este espaço hoje para lhe pedir
desculpas, pois no último dia, utilizando o tempo de Liderança, fiz fortes
críticas a V. Exª em função da informação de um membro do primeiro escalão do
Governo Municipal que nos disse que V. Exª estava participando ativamente da
greve. Hoje veio a notícia precisa de que realmente não era Vossa Excelência.
Naquele dia cobrei a sua posição como Líder e representante da Casa e venho,
novamente, pedir-lhe desculpas. E a faço aqui, diante de todos os Vereadores e
Vereadoras, porque acho importante esse entendimento. Quero retirar todas as
palavras que lhe dirigi, Vereadora, não sei se é a melhor forma, mas
internamente me julgo na obrigação de fazê-lo.
Aproveito para falar de um Projeto de Lei ao qual
demos ingresso na Casa, é uma proposta de alterar a Lei Complementar nº 12,
incluindo na questão o roubo de fios de cobre no Município de Porto Alegre.
Queremos também instituir um disque-roubo de fios e cabos, para atendimento de
denúncias de roubos, estocagem, distribuição ou revenda de fios, cabos de
cobres de alumínio e postes da rede elétrica. O que nos inspirou a fazer esse
Projeto foi um cidadão que se utilizou do Disque-Pichação, que, através do
anonimato, deu um certo suporte. Há pessoas que vêem alguém roubando, mas não
sabem para quem denunciar; e o Disque-Pichação ajudou na diminuição das
pichações. O objetivo desse Projeto é profilático, é o de ajudar o Executivo a
minimizar isso que está virando uma epidemia não só em Porto Alegre, mas
em todo País, porque há uma clientela cativa que compra esses equipamentos
roubados.
Então, é um Projeto simples, singelo, mas que vem
contribuir, e muito, nessa questão. Os denunciantes terão direito ao anonimato,
porque as pessoas - hoje mais do que nunca - têm medo de se expor. Então, aos
poucos, temos que inverter essa lógica de, a cada dia que passa, valorizarmos a
malandragem, a pilantragem, a safadeza, e os homens de bem ficarem com medo
dessa situação - já que são a grande maioria da nossa população. Nós não
podemos ficar acuados, com medo e receio de, ao ver alguma coisa, denunciar.
Essa é a nossa contribuição.
Presidenta, mais uma vez reitero minhas desculpas a
Vossa Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Muito
obrigada, Ver. Professor Garcia, não poderia esperar outra atitude de V. Exª,
que prima sempre pela democracia deste espaço e pela verdade. Muito obrigada.
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta
e Srs. Vereadores, a Tribuna Popular hoje foi contemplada com a visita de duas
pessoas que trabalham com as crianças e continuam denunciando a mão-de-obra
infantil em trabalhos, muitas vezes, forçado, muitas vezes deformante e que
levam a Lesões por Esforço Repetitivo (LER) em crianças. Eu tenho certeza de
que a maioria dos Vereadores desta Casa compartilha da opinião de que Porto
Alegre trata muito mal suas crianças, especialmente as mais necessitadas. As
evidências são inequívocas:
a falta de creches, as crianças nas sinaleiras, a violência intrafamiliar de
crianças - algo denunciado amplamente pela imprensa - e, principalmente, o uso
da mão-de-obra da criança. Sob qualquer ponto de vista em que a questão da
criança seja revisada, Ver. Dr. Goulart - Vossa Excelência que é pai e foi pai
recentemente -, observaremos que as crianças de Porto Alegre são,
historicamente, muito maltratadas pelos Governos da nossa Cidade. Então, a
questão a ser tratada, sob qualquer ponto de vista, chega a essa conclusão.
Um
exemplo é a forma como são escolhidos os Conselheiros Tutelares, uma vez que
ela contempla os interesses das pessoas que serão empregadas, com salários de
R$ 3.500,00 ou R$ 4.000,00; contempla o interesse dos cabos eleitorais
acoplados ao Conselheiro Tutelar; contempla os interesses dos Partidos que
sustentam as campanhas políticas dos Conselheiros Tutelares, campanhas essas
pré-moldadas e pré-montadas por uma lei que manteve, inclusive, exatamente essa
hegemonia do Partido e dos interesses. Só que se esqueceram das crianças! E com
o aumento de 25% do número de cargos foi jogado pela janela esse tipo de
escolha. Sou frontalmente contra a eleição! E mais - o que é pior: o
abastardamento da eleição, comprovado em audiências públicas, em todas as
denúncias, maciças, que se seguiram contra a forma de escolha! E, por um acordo
não sei de quem - nessa hora ninguém aparece para o acordo, Ver. Haroldo -, nós
temos uma eleição em Porto Alegre que vai providenciar, com muito dinheiro, o
transporte, o financiamento das propagandas dos candidatos a Conselheiro
Tutelar. Mais ou menos já se sabe, Ver. Vendruscolo, quais são os que vão ser
eleitos.
Então,
eu estou propondo a esta Casa que da próxima vez - não nesta eleição agora -
seja por concurso público transparente; pelo sistema do mérito, da capacitação
e jamais por um sistema que foi deturpado, abastardado, foi demolido não só
pela sua forma na nascente, mas principalmente porque, em toda a visão, em toda
a busca de um processo que se impõe ao Estatuto da Criança e do Adolescente, só
houve dois esquecidos: a criança e o adolescente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje eu desejo elogiar uma
pessoa que eu acho do mais alto nível, da mais alta dignidade, da mais alta
competência, da mais seriedade. Eu estou falando do Dr. Pedro Gus, Secretário
Municipal da Saúde. Eu conheço Pedro Gus desde jovem, acompanhei a sua vida e
de seus irmãos, que são médicos também. Pedro Gus, Diretor do Hospital de
Clínicas, trabalho excepcional; Pedro Gus, Diretor da Faculdade de Medicina, eu
acho que não é um título para ser menosprezado, deve ser muito bem avaliado,
porque eu acho que a figura mais importante da sociedade é o professor, e o
Professor Pedro Gus foi o Diretor da Faculdade de Medicina no ano do seu
centenário inclusive.
Eu
ouço falar tanto sobre as deficiências da Saúde em Porto Alegre, e é verdade,
há deficiências, mas algumas coisas precisam ser esclarecidas. Quando falo que
o Governo do Estado tem que pagar os 30 milhões de reais que deve à Prefeitura,
tem que contar que esses 30 milhões começam com o ex-Governador Olívio Dutra,
que também foi condenado a pagar, mas, como não há dinheiro, não se paga. É
preciso dizer que, no ano de 2003, a Prefeitura passou a receber menos dinheiro
do que no ano de 2002; e, no ano de 2004, fizeram um acerto na distribuição dos
recursos que vêm do Ministério da Saúde para, em nome da Prefeitura, distribuir
para o Hospital de Clínicas e para o Grupo Hospitalar Conceição. E, nesse
acerto, a Prefeitura saiu perdendo, tanto que, até no ano de 2006, recebeu
menos do que em 2002, e, neste ano de 2007, se eu contar o primeiro
quadrimestre e multiplicar por três,
não vai chegar à previsão orçamentária da Prefeitura.
Para
falar no PAM-3: ele não se deteriorou de repente, ele se deteriorou ao longo
dos 16 anos em que não foi cuidado, ele se deteriorou ao longo dos 16 anos em
que contrataram médicos por carta-contrato, às vezes, sem necessidade e de
forma ilegal. O Pronto Socorro foi recuperado, foi cuidado pelo esforço dos
seus servidores, pelo esforço dos seus médicos. O PAM-3 funciona pelo esforço
dos seus servidores. Agora nós só dizemos que o Secretário Pedro Gus não
resolveu o problema, que a Prefeitura perdeu o dinheiro! Não, a Prefeitura não
perdeu nada! É que o Governo só vai entregar o dinheiro com um projeto
aprovado, provando que é possível fazer a recuperação sem interromper as
atividades do PAM-3, e também vai ampliar o prédio em 1.400 ou 1.300 metros
quadrados, o que vai melhorar muito mais. Mas é mais fácil dizer que agora
não funciona.
O
Secretário Pedro Gus tem direito a férias como qualquer outra figura humana.
Ele já estava com férias preparadas, passagens compradas e desistiu, porque
tinha que cuidar da Saúde. No passado, quando fui Prefeito, também eu tinha uma
passagem já à minha disposição, com estada paga, com tudo, e, de repente, eu
pressenti que não deveria sair de Porto Alegre. Não saí, é o que ele está
fazendo agora, está dando o melhor de si, todo o seu tempo, a sua saúde, a sua
inteligência, para que a Saúde em Porto Alegre melhore, haja vista os mutirões
que se realizaram no início da Administração Pedro Gus em toda Cidade. E,
realmente, pessoas que esperavam um ano, dois anos uma cirurgia encontraram a
oportunidade da cirurgia e a recuperação de que tanto precisavam. Portanto, o
meu carinho, o meu apreço, o meu respeito, a minha admiração por essa
extraordinária figura que é o Dr. Pedro Gus, Secretário da Saúde do Município
de Porto Alegre. Saúde e PAZ, Pedro Gus, e sucesso também!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Com
a fala do Ver. João Antonio Dib, concluem-se as Lideranças inscritas.
Solicito
abertura do painel eletrônico para verificação de quórum. (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Há 18 Vereadores presentes. Não há quórum.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h06min.)
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